Economia

Juros disparam depois de queda do petróleo desencadear aversão ao risco global

A turbulência nos mercados financeiros mundiais, devido a um ataque especulativo contra a moeda da Rússia provocado pela queda do preços do petróleo, fez com que os juros futuros disparassem no Brasil, nesta terça-feira, 16, atingindo o limite de oscilação diária pela primeira vez desde o auge da crise de 2008. A disparada das taxas levou o mercado de renda fixa a precificar pela manhã 100 pontos-base de alta da Selic em janeiro.

O Banco Central russo tentou conter a queda livre do rublo com uma medida drástica: elevou a taxa de juros do país de 10,50% para 17%. No entanto, o esforço foi em vão, já que a moeda chegou a perder 30% de seu valor em relação ao dólar mais cedo, intensificando preocupações com uma possível crise financeira no país. O efeito nulo da medida levou o governo russo a dizer que adotará outras medidas para tentar manter a estabilidade financeira no país.

Apesar das declarações, os investidores se mantiveram céticos sobre a capacidade da Rússia em administrar a crise e se refugiaram em ativos considerados seguros, como iene e os bônus dos EUA. Indicadores econômicos fracos na China e na Alemanha também contribuíram para o sentimento negativos dos investidores mais cedo. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da China caiu para 49,5 em dezembro, o menor nível em sete meses, de 50,0 em novembro, de acordo com o banco HSBC. O PMI composto alemão recuou em dezembro para 51,4, marcando o menor nível em 18 meses.

As taxas de juros futuras brasileiras disparam na primeira parte da sessão, atingindo o limite de oscilação de 80 pontos-base, ou 0,8% sobre o preço de referência, que é o ajuste da véspera. Foi a primeira vez que as taxas tocaram esse limite desde o auge da crise financeira de 2008. O forte avanço dos juros provocou a suspensão da oferta de títulos ao mercado (NTN-B) pelo Tesouro Nacional. Na medida em que os juros subiam, ordens de stop loss foram sendo acionadas, o que acabou alimentando ainda mais o avanço na curva.

No fim do pregão regular na BM&F Bovespa, o DI para abril de 2015 (172.010 contratos) tinha taxa de 12,27%, de 12,049% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2016 (657.310 contratos) tinha taxa de 12,92%, ante 12,64%. O DI para janeiro de 2017 (384.495 contratos) projetava 12,97%, de 12,69% no ajuste de ontem. No trecho longo, o contrato com vencimento em janeiro de 2021 (95.905 contratos) indicava 12,64%, de 12,49% no ajuste de ontem.

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