O dólar passou a exibir leve alta, após ter oscilado entre margens estreitas nos primeiros negócios. O ajuste para cima ante o real está em sintonia com o viés positivo do índice do dólar (DXY) e a alta da moeda norte-americana frente divisas emergentes ligadas a commodities, como o peso mexicano, a rupia indiana e o rublo russo.
Investidores adotam certa cautela em meio a incertezas geopolíticas e as negociações comerciais que foram retomadas entre EUA e China diante da espera pelo encontro dos presidentes desses dois países às margens do encontro do G-20, na sexta-feira e sábado, no Japão.
Além disso, é monitorada a alta dos juros futuros após a leitura da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada. O documento foi considerado em linha com o comunicado da reunião que manteve a Selic em 6,50%. Mas o mercado chegou a esperar uma indicação ainda mais “dovish” (mais leve), segundo operadores, daí o pequeno ajuste para cima das taxas, num movimento de realização.
Assim como no comunicado, os diretores do Banco Central escreveram que “o balanço de riscos para a inflação evoluiu de maneira favorável”. Eles entendem, contudo, que, neste momento, o risco ligado às reformas “é preponderante”.
Na prática, o BC não vê risco maior de a reforma da Previdência fracassar, mas deixa claro que este se tornou o principal risco a ser observado.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) teve alta de 0,06% em junho, ante 0,35% em maio, ficando no mais baixo nível de inflação para o mês desde 2006. O resultado também veio ligeiramente abaixo da mediana das previsões, de 0,07%, calculada pelo Projeções Broadcast (estimativas de queda de 0,13% a alta de 0,15%).
Mais cedo, o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) também desacelerou em seis das sete capitais analisadas da segunda quadrissemana de junho para a terceira leitura do mês. No período, o indicador passou de alta de 0,04% para queda de 0,05%.
Esses dados ajudam a fortalecer o sentimento entre os agentes financeiros em torno de cortes de juros pelo Copom nas próximas reuniões.
Às 9h47, o dólar à vista subia 0,21%, a R$ 3,8353. Até esse horário, a moeda oscilou de R$ 3,8249 (-0,06%) a R$ 3,8364 (+0,24%).
No mercado futuro, o contrato de dólar para julho estava em alta de 0,25%, a R$ 3,8345, após já ter oscilado de uma mínima em R$ 3,8240 (-0,03%) à máxima em R$ 3,8355 (+0,27%).