A Fórmula 1 fechou a venda dos direitos de transmissão da categoria para o Brasil pelos próximos cinco anos para a Rio Motorsports. Como o contrato da Rede Globo é válido somente até dezembro deste ano e não será renovado, o responsável agora pela exibição dos treinos e provas do Mundial será a mesma empresa que tem o projeto de construir e administrar um novo autódromo no Rio de Janeiro para receber o GP do Brasil nos anos seguintes.
O próximo passo após a compra será o Rio Motorsports definir para quais canais vai sublicenciar os direitos de exibição das etapas da Fórmula 1. O <b>Estadão</b> apurou que o projeto é ter modelos de transmissão em várias frentes: TV aberta, TV fechada e via streaming, uma novidade da categoria voltada para o mercado brasileiro. Em todos eles a ideia é exibir na íntegra os treinos e dar destaque especial para as corridas aos domingos.
A estimativa do mercado é que a Rio Motorsports possa ter um faturamento superior a R$ 3 bilhões com os cinco anos de contrato. A projeção se baseia no próprio rendimento que a Rede Globo teve neste último ciclo, que foi de R$ 600 milhões por ano. Apesar de ainda não ter definição sobre quais serão os canais escolhidos para a transmissão, já foram realizadas nos últimos meses conversas preliminares com interessados. A partir de agora, com o acordo garantido, as reuniões vão se intensificar para se definir como os direitos de transmissão da Fórmula 1 serão distribuídos no mercado brasileiro.
Nas últimas semanas, embora o contrato entre Fórmula 1 e Rio Motorsports estivesse encaminhado, a categoria recebeu a procura de outros canais brasileiros, tanto da TV aberta como da fechada. Um dos interessados foi o Grupo Disney, com o plano de colocar as corridas na FOX Sports ou na ESPN. No entanto, pesou a favor da Rio Motorsports a boa relação com a categoria, o modelo de negócio e o valor a ser pago, que é superior às outras sondagens.
A Rede Globo fazia a transmissão da categoria em TV aberta há quase 40 anos. A emissora não chegou a um acordo financeiro com a Liberty Media, grupo dono da Fórmula 1, e não vai renovar o contrato atual. Apesar da ruptura, o comando da F-1 considera o Brasil um mercado essencial, por ser uma das maiores audiências globais, e pela grande presença e atuação de patrocinadores.
O consórcio tem conversas adiantadas com algumas empresas para montar a nova lista de patrocinadores da categoria. Algumas marcas devem ser novas nesse tipo de segmento, principalmente empresas nas áreas de telefonia e instituições financeiras que se interessaram pela oportunidade e buscaram intensificar a negociação para bloquear a aparição no patrocínio de outras concorrentes da mesma área.
A Rio Motorsports também havia fechado em março deste ano a compra dos direitos de TV da MotoGP e optou por colocar as corridas na programação da FOX Sports. Porém, após problemas com o cumprimento das cláusulas contratuais, o acordo acabou desfeito. A FOX Sports então renegociou diretamente com a dona da categoria, a Dorna, e assinou recentemente um acordo por seis anos.