O encarecimento de serviços de utilidade pública fez a inflação de serviços na cidade de São Paulo (IGS) mais que dobrar em junho (0,66%), na comparação com maio, quando foi de 0,32%, conforme dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). A alta de 0,66% ficou perto do resultado do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na capital paulista. Em junho, o IPC foi de 0,65%.
No acumulado do ano (3,32%) e também em 12 meses até junho (9,06%), o IGS tem resultados inferiores aos do IPC em igual período: 5,00% (ano) e 10,18% (12 meses). Segundo o coordenador dos indicadores da Fipe, André Chagas, a recessão segue inibindo o repasse de preços de serviços, ainda que lentamente, enquanto a pressão em alimentos continua pressionando o IPC. Enquanto no IGS há apenas Alimentação fora do domicílio (0,46% ante 0,58%), no IPC há o grupo Alimentação, que teve alta de 1,37% no sexto mês do ano. Em junho, a inflação de serviços, segundo Chagas, teve influência principalmente do reajuste de 8,45% nas contas da Eletropaulo a partir de maio.
No IGS do sexto mês do ano, o item água e esgoto atingiu 10,97%, acumulando 26,87% de janeiro a junho. Já energia elétrica, cuja variação mensal foi de 0,43%, acumulou queda de 4,48% neste ano até junho, sendo, portanto, insuficiente para apagar a alta apurada no item água e esgoto.
Com isso, o grupo Habitação teve a maior variação no IGS da Fipe, de 1,09% em junho, após 0,37% no quinto mês do ano. A segunda taxa mais elevada foi registrada em Alimentação fora do domicilio (0,46% ante 0,58%), seguida por Saúde, de 0,52%, ante 0,67% em maio. Na sequência, aparecem Despesas Pessoais (0,13% ante 0,22%); Transportes (0,08% ante -0,01%); e Educação (0,02% ante 0,05%).