Depois de uma sequência de cinco altas consecutivas, a Bovespa sucumbiu diante do mau humor do mercado internacional e fechou em queda de 1,38%, aos 51.842,27 pontos nesta terça-feira, 5. A realização dos lucros recentes teve como principal detonador o retorno das preocupações com a saída do Reino Unido da União Europeia. Temerosos quanto aos efeitos negativos do Brexit na economia europeia e global, investidores migraram para ativos seguros, como o dólar e os Treasuries, títulos do Tesouro americano. A queda dos preços do petróleo e as incertezas com o cenário brasileiro também contribuíram para a correção nos preços das ações.
O Índice Bovespa havia acumulado valorização de 6,75% nos últimos cinco pregões e os operadores já consideravam que uma correção era iminente. A deterioração do cenário internacional, portanto, concretizou esse ajuste. A queda de hoje seguiu de perto o movimento vendedor nas bolsas de Nova York, que voltaram do feriado do Dia da Independência ajustando suas posições otimistas da semana passada.
Na mínima do dia, pouco antes das 15h, o Ibovespa chegou a cair 2,01% (51.510 pontos). Naquele momento, os mercados repercutiam a notícia de que o fundo imobiliário M&G Investment, braço da seguradora Prudential, com carteira de 4,4 bilhões de libras, suspendeu as negociações com aquele país. Esse foi o terceiro grande fundo de investimento imobiliário a tomar essa medida em dois dias. Desde a vitória do Brexit, há registros de queda do valor das cotas dos fundos e aumento dos saques.
O petróleo foi importante variável nesta sessão de negócios. A commodity caiu 4,88% no vencimento de agosto da Nymex e 4,27% no vencimento de setembro da ICE. Além da aversão ao risco, o petróleo também reagiu ao aumento de estoques nos Estados Unidos. Como consequência, as ações da Petrobras estiveram entre as maiores quedas do Ibovespa durante todo o pregão. No fechamento, Petrobrás ON e PN computaram perdas de 5,66% (ON) e de 5,88% (PN).