Depois de 16 anos de embates judiciais e disputas entre credores, o Banco Central decretou o fim da liquidação extrajudicial do Bamerindus Participações Empreendimentos e de empresas ligadas à instituição.
Em ato, o presidente do BC, Alexandre Tombini, explica que o fim se deve à aquisição do controle acionário, o que propicia a retomada de suas atividades sob nova administração. O banco, agora, passa a ser denominado BSPE Participações e Empreendimentos S.A.
De 1995 a 1998, bancos brasileiros precisaram tomar empréstimos junto ao governo, que lançou o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer) para garantir os recursos de poupadores e depositantes e evitar que uma crise bancária se espalhasse pelo País.
Além de Bamerindus, foram liquidados extrajudicialmente Banorte, Econômico, Mercantil de Pernambuco e Nacional. Os empréstimos tomados por essas instituições, em valores nominais da época, somavam mais de R$ 14 bilhões.
Até 2010, as dívidas desses bancos em liquidação com o BC eram estimadas em cerca de R$ 60 bilhões. Apenas com o Proer a fatura chegava a R$ 45 bilhões.
O Bamerindus, que precisou ser socorrido pelo Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional com cerca de R$ 6 bilhões, não deve mais nada ao BC desde 2008 e parcelou o débito que tinha em reservas bancárias em 2011.
As coligadas que também deixaram a liquidação extrajudicial são a Bastec Tecnologia e Serviços e a Fundação Bamerindus de Assistência Social.