O Índice de Confiança da Indústria, medido pela Fundação Getulio Vargas, caiu 1,5 ponto em junho, atingindo os 95,7 pontos, menor patamar desde outubro de 2018. Os números mostram um quadro de “desânimo”, segundo a FGV: tanto a percepção da situação atual piorou – após dois meses de melhora -, quanto as expectativas dos empresários para os próximos meses, “sinalizando pouca confiança na possibilidade de uma recuperação expressiva do setor no curtíssimo prazo”, apontou a Fundação.
Na média móvel trimestral, junho teve o terceiro recuo consecutivo do índice. A confiança caiu em 9 dos 19 segmentos industriais pesquisados. O Índice de Situação Atual (ISA) retraiu 1,9 ponto, para 96,6 pontos. A percepção da situação atual foi afetada sobretudo pela evolução desfavorável do nível de estoques. A parcela das empresas que dizem ter estoques excessivos aumentou de 9,2% para 9,6%. Concomitantemente, o número de empresários que relatam estar com estoques insuficientes caiu de 3,3% para 2,9%.
As empresas também reportam problemas com o consumo: o indicador que mede o grau de satisfação com a demanda recuou 2,4 pontos. Só o recorte da demanda interna caiu 2,9 pontos.
Já o Índice de Expectativas (IE) diminuiu em 1,1 ponto, para 94,8 pontos, o menor desde agosto de 2017 (94,1 pontos). O otimismo dos empresários com o ambiente de negócios nos seis meses seguintes caiu pela quinta vez consecutiva. Os empresários que preveem que haverá uma piora nos negócios subiu de 11,8% para 13,2%. Os que acreditam em uma melhora continuam maioria, mas o porcentual caiu de 40,0% para 34,9%.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) caiu 0,3 ponto porcentual (p.p.) entre maio e junho, retornando para 75,0%.