Economia

Bolsas da Europa sobem, com expectativas de trégua no G20 e de estímulos do BCE

As principais bolsas europeias fecharam em alta nesta sexta-feira, 28, beneficiadas pela expectativa de uma trégua na guerra comercial entre Estados Unidos e China após o encontro dos líderes no sábado, durante a reunião da cúpula do G20 no Japão. Os pregões também repercutiram os dados de inflação da zona do euro, os quais reforçaram a percepção de que o Banco Central Europeu (BCE) lançará mais estímulos à economia.

O índice pan-europeu Stoxx 600 avançou 0,70%, a 384,87 pontos, registrando alta de 0,15% na comparação semanal.

A inflação medida pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) ficou estável em junho com relação a maio na zona do euro, apontaram dados divulgados na manhã desta sexta pela agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. A leitura aumenta a pressão sobre o BCE para adotar mais medidas de estímulo à economia, após sinalização, na semana passada, do presidente da autoridade monetária, Mario Draghi, de que poderia cortar juros e retomar a compra de ativos se não houvesse melhora na perspectiva econômica para a região.

Mesmo com a incerteza se os presidentes Donald Trump e Xi Jinping chegarão a um acordo na conversa de sábado, o mercado espera que haja, no mínimo, um “cessar-fogo” na disputa comercial. Ao longo da semana, ambos os líderes deram declarações demonstrando, ao mesmo tempo, abertura ao diálogo e postura rígida com relação às negociações, dividindo investidores entre a esperança de um acordo e o medo de uma escalada nas tensões.

Segundo reportagem do Wall Street Journal publicada nesta semana, Xi deve reivindicar que os EUA acabem com as tarifas sobre importações chinesas e removam a gigante tecnológica Huawei da “lista negra” americana. Por sua vez, Trump declarou que “é possível” chegar a um acordo, mas afirmou que está “feliz” com o atual estado das relações entre os países e que pode aplicar tarifas de 25% “ou talvez, 10%” sobre adicionais US$ 300 bilhões em produtos chineses. “Meu plano é fazer menos negócios e tirar bilhões deles caso não haja um acordo”, disse à emissora americana Fox Business.

Em meio às sinalizações mistas dos chefes de Estado, analistas acreditam que o maior otimismo nos pregões, ainda que moderado, desconsidera a ameaça de incertezas mais acentuadas no cenário global se as negociações forem improdutivas. “Os mercados acionários parecem ignorar o risco de uma nova escalada nas tensões, levando a um forte movimento de liquidação”, avalia o analista-chefe do Danske Bank, Allan Von Mehren. Já a analista Simona Gambarini, da Capital Economics, afirma esperar que “qualquer cessar-fogo seria temporário” e que “as economias dos EUA e do mundo irão decepcionar de qualquer forma”.

A bolsa de Frankfurt liderou os ganhos nos pregões europeus. O índice alemão DAX 30 avançou 1,04%, a 12.398,80 pontos, acumulando alta de 0,48% na comparação semanal, com destaque para a valorização de 3,32% dos papéis do Deutsche Bank após a aprovação do banco no teste de estresse do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Em Paris, o índice CAC 40 ganhou 0,83%, a 5.538,97 pontos, subindo 0,19% na semana. Já em Londres, o índice FTSE fechou em alta de 0,31%, a 7.425,63 pontos, 0,24% a mais que o fechamento da última sexta-feira.

Na bolsa de Milão, o índice FTSE MIB subiu 0,59%, a 21.234,79 pontos, registrando queda de 0,72% na semana. Em Madri, a bolsa fechou com alta de 0,56% do índice Ibex 35, a 9.198,80 pontos, recuando 0,31% desde a sexta-feira da semana passada. Em Lisboa, o índice PSI 20 avançou 0,68%, a 5.137,47, acumulando ganhos de 0,22% na comparação semanal.

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