Economia

Dólar cai 1,81% na última sessão do ano, mas acumula alta de 12,69% em 2014

A determinação da ptax de fim de ano, que servirá como referência para a liquidação de derivativos cambiais em janeiro e para a consolidação dos balanços de companhias brasileiras, foi o principal fator de influência sobre o câmbio nesta terça-feira, 30. Se ontem o dólar voltou a ser negociado na faixa dos R$ 2,70, hoje a moeda americana recuou desde o início do dia, com participantes do mercado puxando as cotações para baixo principalmente na primeira metade dos negócios. Isso abriu espaço para que o dólar recuasse 1,81% no balcão e encerrasse o ano cotado a R$ 2,6550. Ainda assim, no acumulado de 2014 a divisa dos EUA avançou 12,69% ante o real. Este foi o quarto ano do governo Dilma Rousseff – e o quarto ano consecutivo – em que o dólar subiu ante o real. No mercado futuro, que fecha apenas às 18 horas, o dólar para fevereiro cedia 1,67%, aos R$ 2,6815.

“Os vendidos (investidores posicionados para a queda do dólar) conseguiram trazer a ptax para baixo hoje. E o cenário lá fora também contribuiu para isso, com o dólar recuando ante várias divisas de emergentes”, comentou profissional da mesa de câmbio de um banco. “O mercado fez uma ptax lá embaixo, o que foi bom para os vendidos e para as empresas que precisam fechar balanços e têm muitas dívidas em dólar”, acrescentou João Paulo de Gracia Corrêa, gerente de câmbio da Correparti Corretora.

Na abertura do dia, a moeda americana marcou a máxima de R$ 2,7020 (-0,07%) no balcão para, na sequência, acelerar gradativamente as perdas. Profissionais citaram que, nos momentos de coleta para formação da ptax do dia (perto de 10h, 11h, 12h e 13h), a pressão sobre o dólar se intensificava. Por conta disso, a mínima do dia, de R$ 2,6470 (-2,11%) no balcão, foi vista às 12h53, bem perto do horário da última coleta.

O giro financeiro também foi consistente na primeira metade do dia, justamente em função da disputa pela definição da ptax e também das últimas operações do ano. “Apareceu bastante fluxo hoje, com muita gente deixando para o último dia o fechamento de operações. Vimos uma coisa ou outra no financeiro, mas o principal foi no comercial”, disse o profissional do banco. “O fluxo foi mais negativo”, acrescentou.

Além desses fatores técnicos, o mercado seguiu na expectativa de que o Banco Central divulgue ainda hoje os detalhes para os leilões diários de swap (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Já é certo que a “ração diária” será de entre US$ 50 milhões e US$ 200 milhões, mas os investidores aguardam as condições e o prazo de duração do programa em 2015. “Até por isso o dólar não teve espaço para subir. Se o BC decidir manter o leilão diário nos próximos três ou seis meses, com uns 4 mil lotes de swap, como vem fazendo, num primeiro momento isso pode fazer preço”, afirmou o profissional do banco.

Com o movimento de hoje, o dólar fechou 2014 com alta de 12,69% ante o real. Nos anos anteriores do governo Dilma Rousseff, a moeda americana também acumulou ganhos: +12,32% em 2011; +9,42% em 2012; +15,21% em 2013. O saldo do primeiro mandato da presidente é de valorização acumulada do dólar de 59,56%.

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