A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) concordou, nesta segunda-feira, em continuar a limitar a produção da commodity por mais nove meses, em uma decisão que já era esperada por grande parte dos agentes do mercado. O pacto vem em meio a fraturas geopolíticas que têm se aprofundado entre os membros do cartel, embora autoridades da Opep tenham apontado que a concordância de extensão dos cortes na produção foi “inequívoca”.
No fim de semana, às margens da reunião de cúpula do G20, no Japão, o presidente russo, Vladimir Putin, revelou que havia fechado um acordo com a Arábia Saudita para manter os cortes em seus níveis atuais, de cerca de 1,2 milhão de barris de petróleo por dia, mas ainda havia dúvida se o prolongamento da menor oferta de óleo seria por mais seis ou nove meses.
De acordo com o ministro de Petróleo da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, com a manutenção do acordo, o segundo semestre será melhor para o mercado de petróleo, que deve ficar “ainda mais uniforme”. Ele disse que os cortes tiveram de ser mantidos para evitar fortes ondas de volatilidade nos preços da commodity e ressaltou que a extensão por nove meses é um reconhecimento de que a demanda por energia deve se enfraquecer no primeiro semestre de 2020.
Falih afirmou, ainda, que alguns membros que não integram a Opep irão adotar a extensão de nove meses, embora não tenha especificado os países. Na terça-feira, Viena voltará a ser a sede de discussões sobre o acordo da Opep, agora por um grupo de dez países liderado pela Rússia, que é signatário do pacto com o cartel. “O presidente Vladimir Putin e o príncipe herdeiro Mohammad bin Salman dão apoio a essa cooperação entre a Opep e a Opep+”, disse Falih, referindo-se ao nome informal recebido pelos signatários do acordo de redução da oferta de petróleo.