Economia

Bolsas de NY fecham em recorde histórico de olho em Lagarde e dados

As bolsas de Nova York registraram recordes históricos de fechamento nesta quarta-feira, 3, em pregão abreviado por causa do feriado do Dia da Independência nesta quinta-feira, 4, nos Estados Unidos, o que reduziu a liquidez. Os índices foram apoiados pela percepção de investidores de que o Banco Central Europeu (BCE) deve mostrar postura dovish, sob o provável comando futuro de Christine Lagarde, até então diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), e pelo índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos EUA, mas o fôlego não foi maior por causa do relatório do ADP de geração de vagas no setor privado em junho, que frustrou a expectativa.

O índice Dow Jones fechou em alta de 0,67%, em 26.966,00 pontos, o Nasdaq subiu 0,75%, a 8.170,23 pontos, e o S&P 500 teve ganho de 0,77%, a 2.995,82 pontos. Os três registraram recorde histórico de fechamento, enquanto o Dow Jones e o Nasdaq também terminaram nas máximas do dia.

Lagarde já foi ministra de Finanças da França e comandou o FMI, mas não costuma expor muito suas visões sobre a política monetária. Os analistas em geral, porém, acreditam que a nomeação dela “significará uma continuação da postura dovish do BCE”, nas palavras do Rabobank, após a saída de Mario Draghi, atual presidente. Companhia de serviços do setor financeiro, a Western Union concorda: “Lagarde representa uma continuidade das políticas de juros baixos que Draghi tem realizado para impulsionar um crescimento maior”.

O nome de Lagarde ainda precisará ser confirmado, mas a expectativa é que ela ocupe o posto a partir de novembro. Nesse quadro, a notícia de que ela foi apontada para o BCE apoiou as bolsas dos dois lados do Atlântico.

Além disso, nos EUA o PMI foi razoavelmente positivo, embora em patamar ainda modesto. A IHS Markit informou que o PMI composto do país subiu de 50,9 em maio a 51,5 em junho, enquanto o PMI de serviços foi de 50,9 em maio também a 51,5 em junho – neste último caso acima da previsão de 50,6 dos analistas. Logo após o PMI, as bolsas de Nova York ampliaram ganhos.

Já com o dado de geração de empregos no setor privado tinha havido certa perda de fôlego nos índices futuros. A ADP informou que o setor privado dos EUA criou 102 mil empregos em junho, abaixo da previsão de 135 mil dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal.

De qualquer modo, o bom humor prevaleceu no dia, com ganhos em todos os setores. Entre os papéis de tecnologia e serviços de comunicação, Apple subiu 0,83% e Facebook, 1,13%. Os bancos também subiram em geral, com Citigroup em alta de 0,58% e Wells Fargo, de 0,91%, e, no setor de energia, ExxonMobil ganhou 0,95%. Entre os destaques, Tesla subiu 7,1%, após informar que registrou entregas recordes no período entre abril e junho.

Também esteve no radar dos investidores a nomeação na noite de terça, pelo presidente Donald Trump, de Christopher Waller e Judy Shelton para o conselho do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Os dois são vistos como defensores de taxas de juros mais baixas, o que tende a ajudar as bolsas.

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