A CPFL Brasil, comercializadora do Grupo CPFL Energia, anunciou nesta quarta-feira, 20, o fechamento do primeiro contrato na modalidade comercializador varejista. O contrato é com uma empresa do setor de máquinas e equipamentos cujo nome não foi revelado. O fornecimento de energia terá início a partir de outubro deste ano.
O anúncio foi feito após a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgar que aprovou esta semana a habilitação da CPFL Brasil e de outras duas empresas como as primeiras comercializadoras varejistas do mercado de energia. Esse tipo de agente foi criado há cerca de três anos e regulamentado na virada de 2015 para 2016, com o objetivo de simplificar o processo de migração e operação dos consumidores para o mercado livre.
Para a CPFL Brasil, a atuação nesse modelo visa ampliar a liderança na venda de energia incentivada no mercado livre. A empresa diz ter 14,1% de participação no mercado livre e ser líder no segmento de mercado de energia incentivada para consumidores finais.
“A nova modalidade de comercialização simplifica e diminui o custo da operação para os consumidores, uma vez que o modelo tradicional desestimula a migração e a operação das empresas de menor porte”, diz o diretor de Mercado da CPFL Brasil, Daniel Marrocos Camposilvan, salientando que com a comercializadora varejista, as empresas não precisam ser agentes da CCEE, simplificando o processo.
As comercializadora varejistas funcionam como representantes de consumidores perante a CCEE, fazendo a habilitação técnica, responsabilizando-se pelas liquidações e encargos, entre outras ações. Dessa forma, passam a funcionar como uma pequena distribuidora, agregando a carga de energia dos consumidores livres de menor porte, centralizando a gestão dos contratos e o relacionamento com a Câmara de Comercialização, que passa a contabilizar como agente apenas o comercializador varejista.
O foco da atuação da CPFL Brasil na comercialização varejista são os consumidores potencialmente livres de pequeno porte, como redes varejistas, bancos, supermercados e universidades. Atualmente, para aderir ao mercado livre os consumidores precisam ter demanda de no mínimo 0,5 MW e, se tiverem até 3 MW de consumo, precisam adquirir energia de fontes incentivadas (eólicas, pequenas centrais hidrelétricas, térmicas a biomassa), categoria denominada “consumidor especial”. Esse é considerado pela CPFL um dos nichos mais promissores do setor elétrico brasileiro.
“Por conta do porte dos clientes, entendemos que o comercializador varejista vai trabalhar prioritariamente com os consumidores especiais. Vemos um potencial de mercado livre para a energia incentivada de cerca de 5 mil MW médios”, completa Marrocos.
A CPFL Brasil declarou ter se preparado para atuar como comercializadora varejista, desenvolvendo uma plataforma de gestão específica e colocando à disposição uma equipe exclusiva de profissionais para o atendimento dos clientes. “Além disso, temos uma parceria com a CPFL Renováveis, o que nos permite ter lastro para firmarmos contratos de fornecimento de energia”, acrescentou Marrocos.