A construtora OAS, um dos alvos de investigação da Operação Lava Jato, não honrou o pagamento da 9ª emissão de debêntures de R$ 100 milhões, que venceu na segunda-feira, 5, mesmo após passar o dia em negociação com credores com o auxílio de assessores financeiros e legais, conforme apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Procurada, a OAS confirmou que o título não foi pago e que suspendeu temporariamente todos os pagamentos não relacionados à sua operação.
O não pagamento desse compromisso e do novo vencimento ontem motivaram novos rebaixamentos de rating da OAS, pelas agências Standard & Poors e Moodys. Na sexta-feira, 2, a nota da empresa já havia sido rebaixada pela Fitch. As debêntures que venceram ontem foram emitidas no âmbito da instrução 476, de esforços restritos, na qual são ofertadas a no máximo 50 investidores, mas apenas 20 podem adquiri-las. O Bradesco é o banco mandatário da emissão e o Santander o coordenador líder.
O vencimento da emissão é abril de 2016, mas, conforme explicaram agências de risco, em comunicado, há uma cláusula que estabelece que a dívida venceria em 5 de janeiro de 2015 se os detentores dos papéis não aprovassem as novas condições para manter o cronograma original de amortização.
“Visando preservar sua liquidez e continuidade de suas operações, o grupo suspendeu temporariamente todos os pagamentos financeiros não relacionados à operação. Financiamentos de equipamentos, leasings, fianças bancárias e seguros garantia relacionados a obras estão hoje mantidos”, informou a OAS em nota.
Entre as tratativas que teve com credores, a OAS negociou o pagamento da 10ª emissão de debêntures, mas não chegou a um acordo. Na semana passada, a empresa já havia deixado de honrar os rendimentos da emissão de bônus de US$ 400 milhões que vencem em 2021, no valor de US$ 16 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.