O ministro do Trabalho, Manoel Dias, ligou na tarde desta terça-feira, 06, para o presidente Volkswagen, Thomas Schmall, para pedir esclarecimentos sobre as 800 demissões anunciadas na Unidade de Anchieta. Hoje, funcionários da Volkswagen de São Bernardo, no ABC Paulista, decidiram em assembleia iniciar uma paralisação contra as demissões.
O ministério informou que atuará como mediador entre patrão e empregado “para encontrar uma saída que evite a penalização do lado mais fraco, no caso, o trabalhador”. Segundo Dias, há disposição dos dois lados para continuar as conversas. Ele afirmou que continuará trabalhado na mediação e considera ser possível um “bom termo”.
A montadora confirmou as demissões e justificou a medida como essencial para “estabelecer condições para um futuro sólido e sustentável para a Unidade Anchieta, tendo como base o cenário de mercado e os desafios de competitividade”.
Antes da confirmação pela empresa, o sindicato havia informado que funcionários receberam uma carta orientando-os a procurar o setor de Recursos Humanos. Nas cartas enviadas aos funcionários, diz o sindicato, a montadora citava a necessidade de cortar 2.000 vagas. Na nota divulgada nesta terça, a Volks se refere às demissões como uma “primeira etapa de adequação de efetivo”, dando a entender que mais desligamentos virão. A empresa, no entanto, não comenta essa possibilidade.
Segundo o sindicato, 13 mil pessoas trabalham na unidade. A Volks informou que emprega 20 mil pessoas em suas quatro fábricas no Brasil.
Na assembleia, os trabalhadores foram orientados a não procurar o RH, como pediu a empresa, e a participar da greve interna juntamente com os demais funcionários.
No início do ano passado, o Ministério do Trabalho se reuniu com representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos que cobraram do governo medidas para reverter as demissões feitas pela montadora General Motors em sua fábrica na cidade. Ao todo, 1.053 postos de trabalho foram cortados pela empresa em 2013 com o fim da produção do modelo Classic, último automóvel leve a ser produzido no complexo industrial.