O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, defendeu nesta quarta-feira a revitalização do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), criado no início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Esse conselho foi um espaço muito importante nos primeiros quatro anos do governo Lula exatamente para impulsionar a agenda que tem interface mais próxima com setor produtivo”, disse.
“Todos os ministros da área econômica sentavam nesse conselho e o presidente da República em vários momentos esteve presente”, lembrou, acrescentando que já conversou com a presidente Dilma Rousseff sobre o papel do conselho.
BNDES
O ministro disse em entrevista coletiva que a presidente Dilma Rousseff fará a escolha do novo presidente do BNDES. “A presidente que sempre decide sobre o BNDES, apesar do ministro (do Desenvolvimento) ser o presidente do conselho de administração. Mas o ministro pode opinar”, afirmou.
Monteiro Neto disse que em oito dias definirá os presidentes da Apex e da ABDI – e até o final do mês anunciará toda a equipe de segundo escalão do ministério.
Autonomia
Questionado sobre a autonomia do MDIC em relação ao Ministério da Fazenda, o ministro afirmou que não há disposição de disputar protagonismo.
Segundo Monteiro Neto, o Ministério da Fazenda sempre terá posição de grande importância, “porque os temas que tratamos dizem respeito a condução da política fiscal e monetária”. “O MDIC é ministério que tem papel de coordenação, porque a agenda de competitividade está dispersa em várias áreas do governo”, afirmou.
Ele afirmou ainda que é preciso uma agenda positiva e que ela não pode ser apenas de ajuste. “Se não avançarmos nessa agenda, se ficarmos em posição de imobilidade, quando reequilibrarmos a economia, vamos continuar com a propensão de crescer pouco, com baixa taxa de poupança e investimento”, defendeu.
Etanol
O ministro também disse que o setor do etanol foi muito penalizado nos últimos anos e vive um momento difícil. “Acho que temos que ter um olhar sobre esse setor”, afirmou.
“Considero que o etanol foi uma construção importante. Esse setor está construído, temos investimento feito, é um capital que está aí disponível. Em função de algumas questões associadas à política energética, à política de preços, esse setor foi muito penalizado nos últimos anos e vive um momento difícil”, afirmou.
Monteiro Neto citou os motores flex e disse que o etanol pode desempenhar importante papel na matriz energética brasileira. “Quanto mais eficientes os motores, tanto mais o etanol poderá se colocar de forma econômica nessa matriz”, afirmou, deixando claro que o Ministério da Agricultura é a principal pasta que trata do assunto. “Vamos trabalhar juntos e considero importante que MDIC não fique alheio a esse processo.”