Todos os integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom)destacaram que há riscos de médio e longo prazos no âmbito externo associados à fragilidade da recuperação da economia global. Apesar dos sinais recentes mais tranquilizadores, os membros do Comitê concordaram sobre a necessidade de se monitorar o ritmo de normalização da política monetária nos Estados Unidos.
Alguns membros ponderaram que o eventual fim do “interregno” (intervalo) benigno para economias emergentes pode constituir um risco em si mesmo. “Em algumas economias centrais, fatores não econômicos podem constituir riscos de cauda”, diz a ata, sem abandonar completamente o chamado “coponês”, como é chamada a linguagem usada pelo Banco Central (BC) na ata do Copom.
Segundo a ata, alguns membros do Copom mostraram-se relativamente otimistas no curto prazo em relação ao ambiente para ativos de economias emergentes. O BC avalia que os mercados financeiros reagiram positivamente às possibilidades de estímulos adicionais sinalizadas por algumas autoridades monetárias centrais após o Brexit, a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia (UE).
“Isso sugere que políticas monetárias retêm capacidade de prover estímulo, a despeito dos níveis das taxas de juros nas principais economias mundiais e do tamanho dos balanços dos principais bancos centrais”, diz a ata, ressaltando que essa possibilidade de estímulos adicionais criou, de fato, um interregno benigno para os referidos ativos.