Os juros futuros na BM&FBovespa oscilaram entre a estabilidade e alta pela manhã, mas à tarde engataram movimento firme de queda no trecho longo, descoladas da trajetória do dólar e mais alinhadas à inversão da alta dos juros das Treasuries. O recuo foi provocado principalmente por desmonte de parte das posições compradas formadas na véspera que puxaram os contratos para cima. Já os vencimentos curtos ficaram estáveis. O dólar no balcão encerrou em R$ 2,280, com valorização de 0,62%.
Nas mesas de renda fixa, a avaliação é de que os dados fracos da demanda doméstica, como mostrou ontem a baixa geração de postos de trabalho pelo Caged, e a inflação comedida reforçada pelo IPCA-15 de agosto (0,14%) não recomendam grandes posições tomadas em taxa. Vale lembrar que na próxima semana será conhecido o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, que deve trazer um número negativo.
Segundo operadores, a devolução de prêmios também foi favorecida pelo fato de a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, não ter sido tão incisiva na sinalização de alta antecipada na taxa dos Fed Funds, em seu discurso em Jackson Hole pela manhã, como se esperava. Ela ponderou que, se o ritmo de progresso no mercado de trabalho continuar mais forte que o esperado, o Fed poderá antecipar a alta das taxas de juros, reforçando o quadro apresentado pela ata da última reunião de política monetária. Por outro lado, destacou que, se o avanço estagnar, os juros continuarão baixos.
Na BM&FBovespa, o DI para janeiro de 2015 terminou a sessão regular em 10,81%, nivelado ao ajuste de ontem, com 15.040 contratos, e o DI para janeiro de 2016 tinha taxa de 11,27% (156.235 contratos), de 11,32% no ajuste da véspera. Com 281.845 contratos, o DI para janeiro de 2017 fechou na mínima de 11,41%, de 11,52% no ajuste anterior, e o DI para janeiro de 2021, com 82.510 contratos, tinha taxa de 11,57% (mínima), de 11,75% após ajuste de quinta-feira.