O saldo das operações de crédito, segundo dados do Banco Central, avançou 11,4% em 12 meses até julho. Esse é o menor crescimento desde 2007, início da série histórica, e a sexta desaceleração seguida do número.
Para Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico da instituição, esse movimento é positivo do ponto de vista de sustentabilidade do crédito. “Essa moderação do crédito tem aspectos benignos, sem deixar de contribuir para atividade econômica”, disse o técnico.
Essa desaceleração tem sido puxada, sobretudo, pelo crédito livre, que apenas em julho encolheu 0,5%. O direcionado, em contraponto, avançou 1% no período.
Recursos para empresas
De acordo com Maciel, os recursos direcionados para as empresas, sobretudo os do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), têm mostrado desaceleração. Ele destacou ainda que o crédito imobiliário para as firmas, apesar de ainda ser robusto, também entrou em um ritmo mais lento. “Para as famílias também tem mostrado moderação. No ano passado o crédito imobiliário cresceu 34%, agora está com 28,2% em 12 meses”, ponderou.
Maciel ainda destacou o quanto o segmento foi ampliado ao longo dos últimos anos. No início de 2007, o crédito imobiliário total, para as empresas e famílias, era 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB); no mês passado isso havia passado para 9,1%. Apenas para as famílias, nesse período, passou de 1,5% do PIB para 7,8%.