Hoje, 60 pessoas, entre jovens e adultos, homens e mulheres, concluirão a primeira etapa do projeto social Engraxate Cidadão, durante a cerimônia de entrega dos certificados. A iniciativa da Universidade Guarulhos (UnG) resgatou um ofício histórico para dar oportunidade de trabalho e geração de renda para pessoas que, por diferentes motivos, vivem em situação de pobreza e vulnerabilidade social.
Ex-dependentes químicos, pessoas com mais de 50 anos que não conseguem uma vaga no mercado de trabalho e jovens que nunca atuaram profissionalmente compõem o conjunto de profissionais que receberão o certificado do curso de preparação profissional e, a partir de abril, passarão a atuar como engraxates em diversos pontos de Guarulhos e São Paulo.
Além de 70% da renda provinda da atuação de engraxate, os profissionais têm direito a uma bolsa de estudos em curso de graduação na UnG. Nossa ambição é que essas pessoas ingressem no ensino superior, melhorem suas condições de vida e se preparem para conquistar outros espaços no mercado de trabalho, pontua o chanceler da Universidade, prof. Antonio Veronezi.
Há dois anos livre das drogas, Flávio Aparecido Mendes, 32 anos, encontrou nesta oportunidade a possibilidade de alcançar o sonho de tornar-se engenheiro. "Perdi 16 anos no mundo das drogas, mas desejei parar e consegui. Faz tempo que tenho o desejo de estudar engenharia e com o sacrifício do trabalho vou conquistar o diploma".
Depois de trabalhar por 25 anos com carteira assinada, Geraldo de Jesus, 60, encontrou dificuldade para arrumar outro emprego. "Queria um trabalho, por isso agradeço a iniciativa da UnG, porque estava desempregado há muito tempo. Sendo engraxate pretendo abrir uma lojinha de engraxataria e de conserto de sapatos".
Desde janeiro, os alunos inscritos no projeto participam de oficinas teóricas e práticas sobre cidadania, administração de finanças pessoais, marketing pessoal, computação, alimentação equilibrada e engraxataria. Com a ida a campo, os engraxates terão de cumprir carga horária de 20 horas semanais. A perspectiva é que seja aberta uma turma por semestre.