Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal (STF), o desembargador Kassio Nunes Marques começou a fazer um corpo a corpo no Senado para conseguir apoio dos parlamentares. A nomeação depende do aval de, no mínimo, 41 dos 81 senadores. O magistrado deve ser sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nas próximas duas semanas.
Nesta segunda-feira, 5, Marques esteve no gabinete do líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO). O desembargador deve ter uma agenda cheia nos próximos dias para visitar os parlamentares. Outros senadores também já receberam proposta de audiência. "Ele se mostra preparado, tranquilo e sereno", disse Gomes, ao <b>Estadão/Broadcast</b>.
Na noite de sábado, 3, o desembargador participou de um encontro na residência do ministro do STF Dias Toffoli, que reuniu Bolsonaro e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Alcolumbre se tornou o principal articulador da indicação de Kassio Marques. A intenção do parlamentar é realizar a sabatina e liquidar a votação nas próximas duas semanas.
Alcolumbre, que trabalha para se reeleger como presidente do Senado, se comprometeu com Bolsonaro a encaminhar a aprovação do nome de seu escolhido à Corte de maneira rápida. Os dois também estiveram juntos em uma reunião no Palácio do Planalto na última sexta-feira, 2. Nos últimos dias, Kassio Marques vem conversando com senadores por telefone e participando de alguns encontros presenciais.
Líderes do Senado farão uma reunião virtual nesta terça-feira, 6, para definir a data de sabatina e a apreciação da indicação. O procedimento precisa necessariamente ser feito de forma presencial, ou seja, os parlamentares terão de estar em Brasília. A votação é secreta. Marques será sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes da votação no colegiado e no plenário.
A expectativa é que a sabatina de Marques, a votação na CCJ e no plenário ocorram no mesmo dia ou, no máximo em dois. A presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS), avisou que só marcará a sabatina depois da aposentadoria do ministro do STF Celso de Mello, no dia 13, de quem o indicado de Bolsonaro -se aprovado – herdará a vaga.