O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a proposta de Orçamento para 2015 manteve a estimativa de uma crescimento do PIB de 1,8% em 2014. Essa é a mesma previsão que constava no relatório de reprogramação orçamentária em 2014. Apesar de manter a projeção otimista do PIB (o mercado prevê uma alta de 0,7%), Mantega previu uma revisão da estimativa em setembro.
“A ultima projeção que fizemos e que está no relatório é 1,8%. Não posso dizer que isso está correto e vamos revisar no relatório do setembro. Vamos provavelmente revisar em setembro”, disse. “A previsão que fazemos é para dar parâmetros ao Orçamento. Nós fazemos uma previsão para amparar as nossas despesas e receitas orçamentárias”, afirmou. Ele disse que a proposta de Orçamento de 2015 leva em conta um superávit de 1,9% do PIB em 2014.
O ministro esclareceu também que os gastos do Tesouro Nacional com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) será de R$ 9 bilhões, igual à previsão inicial do orçamento deste ano. Os gastos com a CDE em 2014, no entanto, foram elevados durante o ano. O dado não estava contido no documento divulgado pelo Ministério do Planejamento na manhã de hoje.
Juros
Mantega disse ainda que cabe ao governo criar condições para que cenário de juros seja mais benigno. “O cenário de juros quem decide é o Banco Central. Cabe a nós criar condições para que cenário de juros seja mais benigno”, disse, acrescentando que condições são pressão inflacionária mais comportada e situação fiscal “com primário um pouco maior”. Segundo o ministro, as condições para uma política do BC mais flexível já estão começando.
Questionado sobre um “afrouxamento”, Mantega brincou com os jornalistas: “No nosso ministério não tem afrouxamento. No BC, também não falei em afrouxamento”. Mantega disse que já tomou algumas medidas importantes no sentido de diminuir o compulsório. “O Brasil é um dos países com maiores compulsórios e aí teve diminuição da exigência de capital para determinadas operações”, disse. “Eles deram uma flexibilizada nos requerimentos de capital. Estamos plenamente em Basileia”.
“O Brasil é um dos países que mais rapidamente aderiu aos parâmetros de Basileia e fez um calendário. Então, o sistema financeiro vai continuar muito sólido”, defendeu. “Os bancos terão mais capital disponível para fazer mais financiamento. Se não fizerem o repasse do recurso, vão perder. Eles vão ter que emprestar”, disse. “Está em curso movimento de flexibilização monetária porque estávamos em situação muito apertada. Agora está se adequando a novas condições”.