Três anos após a inauguração do primeiro "prédio verde" do Brasil de uma instituição de ensino, o Colégio e Faculdade Eniac, localizado no Centro de Guarulhos, cresceu. No início deste segundo semestre, o edifício ganha cinco novos andares totalizando agora 11 pisos, todos seguindo o que há de mais novo em termos de sustentabilidade. São mais 5 mil metros quadrados, inteiramente construídos a partir do conceito de "obra limpa".
Os novos espaços servirão para a ampliação no número de salas de aulas e laboratórios, além de abrigar a unidade de ensino à distância (EAD), projeto criado em parceria com a Universidade do Norte do Paraná (Unopar); e o primeiro pólo tecnológico de Guarulhos. Com o modelo de construção, além do aproveitamento da iluminação natural, o prédio dispensa o uso de ar-condicionado. As paredes externas possuem rasgos que aproveitam a circulação de ar da região. Além disso, toda a água usada nas torneiras é reutilizada através da estação de tratamento que o Eniac possui.
No total, a economia de água e energia elétrica chega a 70%. Há diferenças também na estrutura da construção, que conta com placas de metal, dispensando o uso de madeira nas vigas e lajes com o chamado sistema "steel deck". "Até mesmo os resíduos da obra foram separados e destinados para reutilização", diz o coordenador administrativo do Eniac, Valdemar Bassetto. A instituição planeja ainda a construção de mais três andares e um edifício garagem anexo ao prédio. Para o professor Ruy Guérios, diretor do Eniac, o caráter sustentável da obra é o mais importante: "Esse é o tipo de coisa que não deve ficar só no discurso, mas aparecer como um exemplo físico para os alunos, e nos preocupamos com isso na ampliação do prédio". A primeira estrutura a ficar pronta, no 5º andar do prédio, foi a nova biblioteca, que tem capacidade para 500 alunos. Nela, além do acervo físico, são oferecidos periódicos e materiais didáticos e literários digitalizados, que os estudantes podem consultar nos notebooks oferecidos para empréstimo.
Batizado "espaço Arapa", o ambiente é cercado por janelas de vidro que evitam o uso contínuo de iluminação artificial.