O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho, comentou a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 11% ao ano. Segundo ele disse, em nota divulgada há pouco, independentemente da manutenção ou das pequenas variações da Selic que têm sido anunciadas ao longo de 2014, o patamar atual é muito elevado. “A taxa básica de juros do Brasil é refém do problema fiscal. É premente reduzir as despesas públicas, em todas as instâncias governamentais, pois com o Estado gastando mal e muito, não temos como baixar os juros, e o alto preço do dinheiro é inimigo do aporte de capital em empreendimentos produtivos”, afirma.
Roriz Coelho diz também que “produzir no Brasil, atualmente, é pelo menos 34% mais caro do que nas economias com as quais concorremos”. “Por isso, não se pode entender os juros como algo isolado. Trata-se de um processo atrelado a uma estratégia com ações de curto, médio e longo prazo para o crescimento sustentado da economia.”
O presidente da Abiplast destaca que se percebe o reflexo desses problemas na indústria de transformação do plástico, constituída por 11.670 empresas. “No segundo trimestre deste ano, houve uma redução de 3 mil postos de trabalho, que haviam sido conquistados em fevereiro. O setor, que é o terceiro maior empregador da indústria, começou o ano prevendo um crescimento de 5% a 6% nas atividades, mas agora prevemos ficar próximo de zero ou até mesmo resultado negativo de 1,5% a 2%”, afirma.
Ainda conforme Roriz Coelho, o setor está operando com 67% a 70% da capacidade, quando o normal é de 75% a 80%. “Isso tudo é reflexo da instabilidade que vive a indústria de transformação, como automotivo, construção civil e alimentos, para os quais fornecemos.”