A queda acentuada no preço do ferro já é sentida nas cidades de Minas Gerais onde a mineração é importante fonte da economia. No Estado, os repasses da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) caíram 29% de janeiro a julho deste ano. Mas, em cidades como Itabira, maior produtora de ferro, a queda foi ainda mais acentuada e ficou em 62,1%.
Outras cidades também foram prejudicadas no período, situação que se manteve em agosto, conforme mostram os números divulgados na sexta-feira pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Em São Gonçalo do Rio Abaixo, de R$ 4.374.448,21 recebidos em julho, o Cfem caiu para R$ 2.900.452,92, valor que acaba de ser repassado à prefeitura.
Na cidade, o prefeito Antônio Carlos Noronha Bicalho (PDT) já havia se reunido antes do fim do primeiro semestre com seus secretários para pedir o corte de gastos na prefeitura. Medidas parecidas foram adotadas em Nova Lima, onde no semestre a arrecadação com o minério caiu 35,2%, e em Brumadinho, cuja queda foi de 33,4%.
Em Brumadinho, segundo o secretário municipal da Fazenda, Geraldo Luiz Machado Resende, a maior receita do município vem dos royalties da mineração e de impostos gerados pela atividade mineradora.
De acordo com a Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (Amig), as cidades mineradoras têm até 85% do orçamento dependente dos impostos e contribuições gerados pela mineração. Além da contribuição pela exploração do solo por grandes companhias, são muitos funcionários e empresas que dependem do setor para sobreviver.
No complexo de mineração de Itabira, onde a companhia Vale iniciou suas atividades em 1942, a preocupação maior é com o futuro. São mais de 7 mil trabalhadores na mineração e muitos outros que dependem da atividade. “Se esse pessoal sumir daqui, não sei como vou sobreviver”, diz José Rezende Ramos, dono de um comércio local. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.