Policial

Nova rebelião na Fundação Casa termina com quatro feridos

Será aberta uma sindicância para apurar o que aconteceu, mas mães de internos garantem que os menores são agredidos dentro da Fundação e por isso os motins

Uma rebelião de internos da Fundação Casa I, no Jardim Aracília, resultou em quatro feridos: dois menores e dois agentes socioeducativos. Será aberta uma sindicância para apurar o motivo da revolta e o número de agentes presentes no local.

Pouco antes de retornarem às celas, por volta das 20h30, os 56 menores teriam ateado fogo a colchões e se armado com pedaços de madeira (provenientes de móveis quebrados) e barras de ferro para cinco funcionários. Dois reféns foram liberados após sofrerem agressões com barras de ferro.

O motim foi encerrado no final da madrugada após negociações entre os menores e a corregedoria da Fundação Casa. Será aberta uma sindicância para investigar como os adolescentes teriam tido acesso a barras de ferro e as causas da rebelião. Também será apurado se o número de funcionários presentes no momento da rebelião era suficiente.

Por volta das 17h desta quinta-feira, sete familiares de internos aguardavam informações sobre o motim. O grupo contou estar lá desde a manhã sem que qualquer funcionário informasse o estado de saúde dos menores.

De acordo com uma mãe que preferiu não ser identificada, os menores seriam vítimas de violência, o que poderia indicar o motivo das constantes rebeliões. "Não tem brigas entre os internos. São os agentes que batem neles. Uma vez meu filho chegou a desmaiar depois de ser espancado. Do jeito que a Fundação está, meu filho não vai ser ressocializado, ele está sendo preparado para ser bandido", denunciou.

Outras mães que estavam no lugar afirmaram que alguns menores estariam excedendo o tempo dentro da instituição. "Meu filho está aí há 1 ano e três meses já deveria ter saído há tempos mas ele ainda não foi liberado pela Justiça", afirmou.

Este foi o terceiro motim da instituição apenas neste ano. Em fevereiro, 5 adolescentes conseguiram escapar pulando um muro lateral. Dois meses depois, 34 menores conseguiram fugir pela porta da frente da unidade após renderem quatro funcionários.

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