Economia

Alibaba estreia em NY e vale mais que gigantes dos EUA

A empresa chinesa de internet Alibaba, um misto de comércio eletrônico e sistema de buscas, fez sucesso nesta sexta-feira, 19, na estreia na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) e fechou o pregão valendo US$ 230 bilhões, mais que tradicionais companhias dos Estados Unidos, como a IBM, a Amazon, Coca-Cola e a General Motors e a Ford juntas. A chinesa também vale mais que nomes famosos da internet, como o Facebook. As ações dispararam 38%, a maior alta do dia, e foram também as mais negociadas.

O início dos negócios da Alibaba, que até há pouco tempo era desconhecida dos norte-americanos, causou alvoroço nesta sexta-feira em Wall Street. O prédio da Nyse amanheceu com uma enorme faixa com o nome da empresa cobrindo a fachada de sua sede, uma bandeira da China e centenas de curiosos, sobretudo asiáticos, se aglomeravam na porta da bolsa. Só da imprensa da China, havia 140 jornalistas hoje no pregão da Nyse para cobrir a estreia.

Os principais executivos da Alibaba, liderados pelo bilionário Jack Ma, fundador da empresa, foram todos tocar o sino de abertura da bolsa hoje e tirar fotos. A fatia de Ma na empresa é avaliada hoje em US$ 18 bilhões e com a disparada dos papéis na estreia o The Wall Street Journal criou em sua página na internet um contador para medir a fortuna do empresário em tempo real.

A Alibaba seria uma das 15 maiores empresas do índice S&P 500, formado pelas grandes companhias norte-americanas de Nyse. A chinesa, porém, não vai poder fazer parte do indicador porque sua sede fica fora dos EUA. Apesar de bater nomes conhecidos, ainda vale menos que outras gigantes do setor de tecnologia, como o Google (US$ 400 bilhões) e a Apple (US$ 610 bilhões).

Por conta da forte demanda pelas ações, a empresa precisou elevar o preço sugerido para os papéis e, no fechamento do livro de oferta, as ações foram vendidas pelo teto, a US$ 68. Na estreia, os papeis subiram ainda mais e fecharam com alta de 38%, a US$ 93,89. O lançamento das ações dominou o noticiário da televisão e dos jornais dos EUA nesta sexta-feira, como o The New York Times e o The Wall Street Journal, o primeiro usando três páginas inteiras para falar da empresa chinesa.

Riscos

Com uma captação de US$ 21,8 bilhões, a abertura de capital da Alibaba é a maior da história, batendo nomes como a bandeira de cartões Visa (que captou US$ 19,7 bilhões), a General Motors (US$ 18,1 bilhões) e o Facebook (US$ 16 bilhões). Apesar do sucesso e da forte demanda, analistas também alertaram para riscos na empresa. Um dos principais é sua confusa estrutura corporativa. Quem está abrindo o capital na verdade é a Alibaba Group, que tem sede nas ilhas Cayman e não revela a verdadeira participação nas empresas operacionais do grupo.

Apesar das preocupações, o analista da Cantor Fitzgerald, Youssef Squali, destaca que a Alibaba é lucrativa e tem tido forte crescimento das operações, com potencial de dominar o comércio eletrônico global no futuro. Os sites do grupo venderam US$ 296 bilhões em produtos nos 12 meses encerrados em junho, mais que a Amazon e o eBay juntos. O principal negócio da chinesa é ser um centro onde vendedores encontram compradores para seus produtos.

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