Policial

Blitz em lotações que operam com liminar gera confusão

Motorista nega que tenha se recusado a parar, mas policiais dizem que não houve agressão

Durante operação de fiscalização da Secretaria de Transportes e Trânsito (STT) ao sistema de lotações, que circula na cidade por meio de liminar de justiça, um agente e um Guarda Civil Municipal (GCM) teriam agredido um motorista que não parou para a blitz.

O agente da STT Alexandre Feitosa, e o GCM Cleodon da Silva, contaram ao HOJE que pediram a parada à van, que tinha passageiros em pé e não teria parado. "Ele saiu em dispara, passando farol vermelho e entrando na contra mão. Quando o motorista parou, tentou sair de ré, quando detemos o motorista com as mãos", disse Feitosa.

Questionados quanto à autoridade para a ação, o agente argumentou, "qualquer um poderia fazer isso para deter uma pessoa".

No 6º Distrito Policial, onde o caso foi registrado, o motorista, Alex Sandro Bezerra, 23 anos, mostrou a camisa rasgada e uma marca no pescoço. "Ele não tinha o direito de agredir", disse o condutor, que desmentiu ter fugido da blitz. Um passageiro confirmou a versão do motorista.

A STT informou que não houve agressão e que a GCM perseguiu e bloqueou a passagem da van para a abordagem. Desde janeiro são realizadas blitze para verificar as condições das lotações. Até então foram apreendidas 16 vans irregulares, além da aplicação de 53 multas por desvio de itinerário e 1.656 por excesso de passageiros.

Excesso de multas – Revoltados, motoristas e cobradores se reuniram a Associação Guarulhos da Área de Transporte Alternativo (Agata). Todos apontam abuso dos agentes e excesso de multas. "Somo vítimas de perseguição desde a mudança do sistema de transportes", diz o cobrador Douglas Batista, 23.

A secretária geral da Agata, Betty Devides, afirma que só em fevereiro foram lavradas 600 multas a lotações e que há vans com multas em horários próximos e localidades diferentes. José de França, vice-presidente da associação, conhecido como Pai Zezinho, alega que levará os casos à justiça. Zezinho aponta ainda omissão do SindiLotação.

Em contrapartida, o presidente do sindicato, Cícero Sebastião, chamado de Mossoró, diz que o sindicato não reconhece mais as vans, desde que os microônibus passaram a operar. "Eles conseguiram uma liminar, mas não trabalham bem, não respeitam os passageiros e são pessoas despreparadas, que não respeitam os passageiros", afirma.

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