Saúde

Nesse Carnaval, cuidado com “beijação” indisciplinada

Em um beijo, duas pessoas trocam em média 250 tipos diferentes de bactérias

A festa mais popular do Brasil está aí e, com certeza, muitos beijos serão dados entre os foliões. Mas será que os jovens estão vacinados contra os males que podem ser provocados por um beijo na boca?

Que o beijo na boca é algo bom, ninguém questiona. Mas em apenas um beijo, duas pessoas trocam em média 250 tipos diferentes bactérias e podem transmitir ou contrair doenças perigosas. "Na saliva trocada durante a intimidade há bactérias e vírus causadores de doença. Esses males bucais não são determinados apenas pela presença de microorganismos nativos ou transmitidos. Outras doenças mais agudas podem se desenvolver pouco tempo após a transmissão bacteriana e viral que ocorre através do beijo: faringite, laringite, amigdalite, herpes labial, mononucleose, hepatites A e B, HPV, meningite, candidíase, gripe, tuberculose, sífilis, dentre outras.", alerta a mestre e doutora em odontologia, Dra. Maristela Lobo.

Segundo ela, o perigo se torna iminente a partir do momento em que o beijo, uma intimidade entre casal, se torna moda e muitas bocas entram em cena em períodos curtos. Em baladas durante o ano todo e no carnaval de rua e micaretas, quem costuma freqüentar sabe muito bem como é comum a "beijação" indisciplinada, sem reservas e sem muito critério de seleção. "É importante considerar que, no carnaval, as pessoas têm maior susceptibilidade a doenças, podem estar com imunidade baixa e não realizam os cuidados de higiene oral como o fazem no cotidiano. Dessa forma, haverá mais propensão à gengivite e as outras doenças, potencializada pela transmissão de bactérias através do beijo", destaca a também especialista em periodontia.

Mesmo os casais que estão juntos há algum tempo devem tomar alguns cuidados importantes. "Se o marido tem doença periodontal (que vai desde a gengivite até a periodontite, que é a perda óssea ao redor de um dente), e frequentemente beija a sua esposa, a transmissão bacteriana é continua e se torna nociva. Por exemplo, se a esposa está fazendo tratamento periodontal e o marido não está, ele vai estar recontaminando essa esposa através do beijo, o que pode dificultar o controle da infecção durante o tratamento periodontal dela. O ideal é que a família toda passe em consulta e, se necessário, seja tratada em conjunto", informa a Dra. Maristela Lobo.

A especialista destaca que pessoas com feridas nos lábios, mau hálito, dentes mal cuidados e sangramento gengival devem evitar o beijo até que os tratamentos adequados sejam realizados. "Outra dúvida muito comum é se o beijo pode transmitir a AIDS. A saliva não transmite o vírus; mas, se o beijo acontece entre duas pessoas que têm gengivite, ou qualquer outro ferimento na boca, o HIV pode penetrar na corrente sanguínea. Se houver troca de sangue durante o beijo, se estabelece o risco de transmissão", alerta ela.

Melhor é se prevenir – Mas antes de curtir as delícias do beijo, o melhor é se prevenir de qualquer doença bucal indo com freqüência ao dentista e mantendo a boca saudável e livre de bactérias, através de adequada higiene bucal. "Essa higiene bucal mecânica, realizada com fio e escova dentais, é a única capaz de desorganizar e destruir as colônias de bactérias (placa bacteriana), que causam as doenças bucais. Todos podem se divertir. Porém, é necessário ter bom senso.", finaliza Dra. Maristela Lobo.

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