Saúde

Morre mais uma criança e obras no HMC começam neste sábado

Em dois meses, esta foi a 14ª morte na instituição, que foi interditada pelo estado

Uma criança de três meses, que nasceu de parto prematuro, morreu na madrugada de sexta-feira na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal da Criança (HMC). Foi a 14ª morte no hospital nos últimos dois meses, sendo a 12ª ocorrência somente na UTI. A Secretaria Municipal de Saúde promete iniciar a reforma do local neste sábado e concluir a obra em 10 dias.

Na quarta-feira, as Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica do Estado interditaram a UTI após constatar diversas irregularidades. Quando aconteceu a interdição havia quatro crianças no local que deveriam ter sido transferidas, porém somente na sexta a Prefeitura conseguiu vagas em outros hospitais.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde afirma que a criança morta possuía Síndrome Dany-Walker, uma doença neurológica grave, e que deu entrada no HMC na segunda-feira. Na madrugada de sexta, após várias paradas cardíacas, entrou em óbito.

O Ministério Público do Estado (MPE) de São Paulo investiga o alto número de mortes o HMC. O secretário municipal de Saúde e vice-prefeito, Carlos Derman, admitiu na quinta-feira que possa ter havido falha humana ou de estrutura, mas que as causas das mortes ainda estavam sendo investigadas.

Pais que levaram os filhos no HMC na sexta estavam com medo com a onda de mortes no hospital. O frentista Emerson Silveira de Barros, 23 anos, passou 19 horas com a filha de cinco meses no hospital e ficou inconformado. "Minha filha está com febre há uma semana. Fizeram dois exames de urina, dois de sangue, tiraram líquido da espinha dela e não sabem qual o problema. Vou procurar um hospital particular", afirma.

A Comissão de Saúde da Câmara Municipal deve convocar o secretário de Saúde para prestar esclarecimentos sobre as mortes de crianças no HMC e os problemas na infraestrutura da UTI. Os vereadores Ricardo Rui (PPS) e Silvana Mesquita (PV) concordam em chamar Derman. O presidente da comissão, vereador Jonas Dias (PT), é contrário, mas deve ser voto vencido.

 

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