Saúde

Burocracia dificulta a retirada de remédios na Farmácia de Alto Custo

Secretaria alega que procedimentos são orientação do Ministério da Saúde

Desde que soube, em dezembro do ano passado, ser portadora de Hepatite, do tipo C, a costureira Ivanir Correia Araújo da Silva vem tentando, em vão, retirar sua medicação na Farmácia de Alto Custo, ligada à Secretaria Estadual da Saúde. Segundo ela, o motivo para a demora é a burocracia.

Para que um paciente possa retirar a medicação em um posto, cuja finalidade é o fornecimento gratuito de medicação que custaria caro no varejo, ele precisa obedecer a alguns critérios, como a comprovação da necessidade dos remédios. Em Guarulhos, assim como em todo o Estado de São Paulo, a Farmácia de Alto Custo está ligada à Secretaria Estadual da Saúde, que por sua vez, segue os critérios do ministério da Saúde.

Dona Ivanir disse já ter feito todos os exames, mas a falta de um médico para analisar seu pedido para retirada da medicação travou o início de seu tratamento. "Eu ainda tive de repetir os procedimentos, levei os resultados em abril e quando fui à farmácia retirar a medicação no dia 10 de maio, me informaram que o médico que avaliaria meu pedido pelos remédios não estava mais trabalhando lá. O problema é que os exames vencem", disse a costureira.

Enquanto Ivanir não consegue dar início ao seu tratamento, a doença avança. "A taxa viral está aumentando. Eu já não consigo dormir direito porque estou sentindo muita dor e minha médica disse que preciso começar a me tratar imediatamente", continua ela que se tivesse de comprar sua medicação nas farmácias não gastaria menos de R$ 9.800,00 mensais. "E isso tudo por um ano", informou.

Assim como ela, outros usuários também reclamam da burocracia em retirar os remédios. "Eu tenho 80% de uma artéria entupida por conta do meu colesterol alto, e uma vez o médico não liberou os remédios porque alegou que as taxas estavam normais. Daí eu falei a um atendente: ‘é claro que estão normais, eu tomo o remédio para controlar e se vim buscar mais é porque tenho de manter tudo em ordem", disse o agente de saneamento Sérgio Tilger. Porém, tanto Tilger como outras pessoas ouvidas na sala de espera da farmácia disseram não haver falta de remédios.

A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Saúde informou que a liberação de medicação nas Farmácias de Alto Custo seguem as normas do Ministério da Saúde e que a costureira Ivanir Correia Araújo da Silva ainda precisa entregar um exame para ter sua medicação, fato comprovado pela própria paciente que disse ter recebido uma ligação do Hospital Padre Bento sobre a necessidade do exame.

Posso ajudar?