Sem previsão para reabrir a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do Hospital Municipal da Criança (HMC), a Secretaria Municipal da Saúde pode contratar ainda nesta semana leitos de UTI na rede privada.
As negociações com o Hospital Casa de Saúde estão avançadas, segundo o secretário municipal de Saúde, Carlos Derman, em depoimento ontem à Comissão de Higiene e Saúde Pública da Câmara.
A UTI do HMC foi interditada pelo Centro de Vigilância Sanitária (CVS), vinculado a Secretaria de Estado da Saúde, por diversas irregularidades em 31 de maio. No local morreram 12 crianças nos últimos dois meses. A reforma começou em 4 de junho e duraria inicialmente 10 dias, afirmou Derman na época. Ontem, porém, ele mudou o discurso. "O que dependia da Prefeitura fizemos, mas dependemos de terceiros. Não vou arriscar uma data", diz.
O Sistema Único de Saúde (SUS) possui apenas seis leitos de UTI pediátrica na cidade, sem contar os 10 interditados no HMC. Para amenizar o déficit, Derman explicou que foram improvisados três leitos no Hospital Municipal dos Pimentas e que foram colocados leitos de observação na emergência do HMC. A contratação de leitos da rede privada seria o caminho para garantir o melhor atendimento aos casos graves enquanto a reforma não for concluída.
Derman conta que a reforma tomou grandes proporções para a UTI ter os melhores materiais possíveis. O local foi reformado em 2009 por R$ 70 mil. Neste ano, a previsão é que os custos sejam mais elevados. Só para a contratação de um novo sistema de ar condicionado serão gastos R$ 100 mil. "Vamos colocar dutos para deixar o equipamento do lado de fora da UTI", explica o secretário.
A diretora do HMC, Heloísa Helena Sampaio, também prestou esclarecimentos no Legislativo. Ela garante que não houve óbitos por conta das irregularidades da UTI. Ela afirma que os seis casos de infecção hospitalar constatados pela CVS não terminaram com mortes.