Os centros cirúrgicos são opções procuradas para mudar o corpo. Isso ocorre, principalmente, em meados de julho, mas não exatamente se pensando no verão, segundo profissionais da área. "As cirurgias são procuradas o ano inteiro, mas com mais frequência no período de férias. Isso não acontece exclusivamente por conta da vinda do verão, mas se dá ao fato de as mulheres estarem no mercado de trabalho e, como todo trabalhador, se dedica mais a si nas férias", explicou o cirurgião plástico Fernando de Almeida Prado, 45 anos de idade e 21 de profissão.
Para o também cirurgião plástico Luis Fernando de Mattos, 41, o verão não é exatamente a estação en que se verifica aumento no número de procedimentos cirúrgicos. "Não existe um mês de maior procura pelas cirurgias. O momento ideal é quando o paciente está bem clinicamente, de bem com a vida e pensando positivamente", observou.
O Brasil é o segundo país do mundo em número de cirurgias plásticas. Só perde para os Estados Unidos. Segundo pesquisa Datafolha, encomendada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 2009 foram realizadas 629 mil cirurgias em todo o país, sendo 60% na região Sudeste e 3,6% em São Paulo.
Atualmente, a tropa de cirurgiões em todo o país conta com o contingente de cerca de cinco mil profissionais, sendo que cada um realiza, em média, quatro procedimentos por semana, o que dará em números atuais uma média de 900 mil procedimentos anuais, sendo cirurgias estéticas (73%) e reparadoras (27%).
Aumento da mama, a preferida
O aumento de mama (implantação de silicone) está em primeiro lugar no Brasil com 21%, seguido de lipoaspiração (20%) e cirurgias de abdome (15%). "As cirurgias estéticas estão muito ligadas à independência feminina. Antes da pílula, a mulher tinha 10 filhos e não conseguia recuperar o corpo. Hoje, ela consegue manter o controle de natalidade e, também, cuidar do corpo", observou Almeida Prado, tesoureiro da SBCP.
No homem, as cirurgias de nariz, lipoaspiração, pálpebras e plástica da face são as mais procuradas. Mas, a cada ano, a cirurgia de ginecomastia, nome dado ao crescimento das mamas masculinas, geralmente associado a desequilíbrios hormonais, vem ocupando a agenda do homem. "Estamos em um país que valoriza muito o corpo. As cirurgias estéticas estão muito ligadas à autoestima. Não há como desligar o corpo da alma", explicou Luis Fernando de Mattos.
Mas ele alerta que há limites. "Se o paciente quer mudar o nariz e o profissional observar que as medidas e os traços daquele nariz são normais, não vai indicar o procedimento, nem por insistência do paciente", enfatizou.