Economia

Bovespa sobe 1,91% com exterior e especulação eleitoral

A Bovespa encerrou esta sexta-feira, 3, antes do primeiro turno das eleições, com ganhos próximos a 2%. Além da alta das bolsas norte-americanas, diante dos dados do mercado de trabalho norte-americano melhores do que o esperado, a percepção de que haverá segundo turno na disputa presidencial e a expectativa em torno de denúncias do doleiro Alberto Youssef, investigado na operação Lava Jato, foram determinantes para o comportamento das ações hoje. Os papéis da Petrobras, por sinal, foram destaques de alta.

O Ibovespa terminou a sessão em elevação de 1,91%, na máxima de 54.539,55 pontos. Na mínima, registrou 53.368 pontos (-0,28%). Na semana, recuou 4,67%. No mês, acumula alta de 0,78%% e, no ano, ganho de 5,89%. O giro financeiro totalizou R$ 6,903 bilhões, segundo dados preliminares.

Os investidores começaram o dia de olho em duas informações: pesquisa eleitoral divulgada na noite de ontem e o payroll, conhecido logo cedo. A economia norte-americana criou 248 mil postos de trabalho em setembro, no melhor resultado desde junho – acima da previsão de +215 mil vagas. Os dados de agosto e de julho foram revisados para cima. Além disso, a taxa de desemprego nos EUA surpreendeu ao cair abaixo da marca de 6% pela primeira vez desde o início da crise financeira, para 5,9%, atingindo o menor nível desde julho de 2008.

Esses números garantiram o comportamento positivo das bolsas norte-americanas. Isso porque, ao mesmo tempo em que criam a percepção de que o Fed pode apertar sua política monetária antes do previsto, os dados mostram que a economia dos EUA está realmente ganhando tração, o que é positivo para as empresas e se reflete em suas ações. O Dow Jones terminou com alta de 1,24%, o S&P 500 avançou 1,12% e o Nasdaq, 1,03%.

Em meio a isso, os recentes números de pesquisas eleitorais trouxeram a leitura predominante de que haverá segundo turno e de que a ex-senadora Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) disputarão voto a voto a vaga para enfrentar Dilma Rousseff (PT). No começo da tarde, por exemplo, levantamento Sensus indicou que a presidente Dilma tem 37,3% no primeiro turno, Marina soma 22,5% e Aécio, 20,6%. Como a margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais, Marina e Aécio estão empatados tecnicamente.

Na noite de ontem, pesquisa Datafolha já indicava que Aécio está tecnicamente empatado com Marina, com 24% para a ex-senadora e 21% para o tucano, enquanto Dilma permaneceu com 40% das intenções de voto para a primeira rodada do pleito, mas ampliando a distância em relação ao segundo colocado. No Ibope, Dilma oscilou em alta e aparece com 40%, Marina, em baixa e ficou com 24%, enquanto Aécio estacionou em 19%.

Por fim, os investidores também trabalham em cima da perspectiva de que o doleiro Alberto Youssef, que acertou sua delação premiada, faça revelações e entregue documentos sobre o suposto esquema de corrupção na Petrobras. Ele está entregando ao Ministério Público Federal farta documentação para comprovar todas as revelações de sua delação premiada. Petrobras ON e PN subiram 5,49% e 6,07%, respectivamente.

As ações da Usiminas lideraram as altas do Ibovespa, impulsionadas pela compra de participação da Previ na siderúrgica pela Ternium, com prêmio de 82% sobre o fechamento de ontem. Usiminas ON subiu 19,70% e PNA, 6,21%. Entre as maiores baixas, por outro lado, estavam Vale ON (-1,48%) e Vale PNA (-1,69%).

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