A Alemanha já enfrenta uma segunda onda de infecções pelo novo coronavírus, de acordo com o sindicato de médicos alemão Marburger Bund. O número de novos contágios vem aumentando no país europeu, embora não seja comparável às taxas registradas em março e abril.
"Já estamos em uma segunda onda plana", disse a presidente da associação, Susanne Johna, em entrevista ao jornal alemão <i>Augsburger Allgemeine</i> publicada nesta terça-feira, 4. "Portanto, existe o risco de que os sucessos que alcançamos até agora na Alemanha sejam desperdiçados com uma combinação de repressão e desejo de retorno à normalidade."
"Mas estamos em uma condição que não é normal", acrescentou, lembrando que, enquanto não houver vacinas ou medicamentos para tratar a covid-19, a propagação do vírus precisa ser controlada. "Isso só pode ser alcançado com distanciamento social, higiene, máscara no cotidiano e quarentena local", afirmou.
Após um protesto em Berlim ter reunido milhares de pessoas contrárias às medidas de contenção impostas devido à pandemia, Johna comparou o uso compulsório de máscara com a obrigação do cinto de segurança em veículos, contra a qual também houve resistência popular quando foi introduzida. Assim como o cinto salva vidas no trânsito, "a proteção bucal também salva vidas", disse.
A Alemanha registrou, durante várias semanas, uma média de 300 a 500 casos de novas infecções por dia.
Agora, as taxas diárias mais recentes têm estado entre 800 e 1.000.
Nas últimas 24 horas, o Instituto Robert Koch (RKI), órgão alemão de controle e prevenção de doenças infecciosas, confirmou 879 novos casos de covid-19 no país.
Ao todo, a Alemanha soma 211.281 infecções e 9.156 óbitos relacionados à doença.
A taxa de mortalidade, de 11,04 mortes por 100 mil habitantes, é baixa em comparação com outros países europeus duramente atingidos pela pandemia, como Bélgica (86,24), Espanha (60,94) e Itália (58,19).