Apesar da melhora recente, a produção de bens de capital ainda opera 41,3% abaixo do pico histórico alcançado em setembro de 2013, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, divulgada nesta terça-feira, 2, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A fabricação de bens duráveis, por sua vez, está 39,8% abaixo do pico histórico, atingido em junho de 2013. Tanto bens de capital quanto bens de consumo duráveis representam cerca de 10% da produção a indústria nacional.
A categoria de bens intermediários, a mais representativa do País, equivalente a 55% da indústria brasileira, operava em junho com nível 16,4% abaixo do pico de produção registrado em maio de 2011. Já os bens de consumo semi e não duráveis estão 11,4% abaixo do pico alcançado e de junho de 2013. A categoria pesa cerca de 25% no cálculo da produção nacional. De maneira geral, a produção industrial brasileira operava, em junho, em um nível 18,4% abaixo do pico histórico, registrado em junho de 2013. O número mais adverso é registrado no setor de veículos, com defasagem de 48,7% entre o patamar atual e o recorde histórico.
Veículos
A melhora na produção de bens de capital deu contribuição importante para a manutenção da indústria em território positivo nos últimos quatro meses. Em junho, a fabricação e bens de capital cresceu 2,1% em relação a maio, o sexto avanço consecutivo. De janeiro a junho, o ganho acumulado pela categoria foi de 13,5%, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física.
Nos últimos dois meses, pontualmente, o principal destaque, contudo, foi visto no setor de veículos, apontou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Para esses dois últimos meses, especialmente, a atividade de veículos automotores explica muito do comportamento positivo do total da indústria. Este mês, ela é a atividade que impacta mais positivamente”, afirma Macedo.
Houve expansão na produção tanto de caminhões, que impacta a categoria de bens de capital, quanto de automóveis, que explica o avanço de 1,1% nos bens de consumo duráveis em junho ante maio. “Há diminuição de estoques existentes especialmente dentro das montadoras. Os estoques ainda estão elevados mais em função das concessionárias”, lembrou Macedo.
O setor de veículos automotores acumulou crescimento de 14,4% em maio e junho, mas ainda opera 48,7% abaixo do seu ponto mais elevado de produção na série histórica, alcançado em julho de 2011. “Embora tenha melhorado, nesses dois últimos meses há um distanciamento significativo do ponto mais alto em que essa atividade já operou”, salienta o pesquisador.