O dólar enfrentou volatilidade, mas firmou-se em baixa e fechou cotado a R$ 3,2384 nesta quarta-feira, 3, na menor cotação do dia, com baixa de 0,65%. Petróleo em alta, ingresso de recursos externos e uma melhora do humor em relação ao ajuste fiscal contribuíram para a desvalorização da moeda americana. No mercado futuro, o dólar para liquidação em setembro fechou em baixa de 0,64%, aos R$ 3,2685.
A moeda americana abriu em alta, mas alternou sinais pela manhã, ao sabor das cotações do petróleo e da divulgação de indicadores econômicos nos Estados Unidos. Entre as notícias mais relevantes esteve o dado de emprego no setor privado dos Estados Unidos, que revelou a criação de 179 mil empregos em julho, levemente acima das previsões (+178 mil vagas). O dado sinalizou para o aquecimento da economia americana, o que fortaleceu o dólar frente à maioria das divisas pelo mundo.
Já o petróleo mostrou instabilidade após o relatório semanal de estoques nos EUA do Departamento de Estado, mas firmou-se em alta após o dado mostrar uma forte queda nos estoques de gasolina, que caíram 3,262 milhões de barris na última semana, ante previsão de recuo de 300 mil barris. Os preços da commodity aceleraram os ganhos expressivamente nas bolsas de Nova York e Londres, o que deu maior fôlego a moedas de países emergentes e exportadores de petróleo, como o Brasil.
O destaque no cenário doméstico foi o esforço do ministro Henrique Meirelles em abrandar as inquietações no mercado, que recentemente passou a se mostrar mais cético em relação ao ajuste fiscal. O mal-estar se acentuou ontem, com a notícia de que o governo Michel Temer teria cedido a pressões para flexibilizar a regra que define o que é despesa de pessoal dentro do projeto de lei de socorro aos Estados. Meirelles afirmou que o governo não cedeu na negociação do projeto das dívidas estaduais. Segundo ele, o fundamental do texto, que diz respeito à reestruturação dos débitos e ao estabelecimento de limites de crescimento das despesas, está mantido no parecer do relator Esperidião Amin (PP-SC).
Profissionais das mesas de câmbio afirmam que o fluxo positivo foi o pano de fundo nas negociações durante todo o dia, o que garantiu que a moeda americana permanecesse na contramão das demais. Ao final dos negócios, operadores relataram algumas operações de zeragem de posições compradas, por parte de investidores que esperavam um dólar mais valorizado. Pela manhã, o Banco Central voltou a ofertar contratos de swap cambial reverso, que equivalem à compra de dólares no mercado futuro. Foram vendidos todos os 10 mil contratos, equivalentes a US$ 500 milhões.