A Braskem encerrou o segundo trimestre de 2016 com lucro líquido consolidado de R$ 281 milhões. Ante o dado de R$ 1,055 bilhão registrado no mesmo período de 2015, a variação é uma queda de 73%. Em relação ao primeiro trimestre deste ano também houve queda, de 62% ante os R$ 747 milhões anotados de janeiro a março.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ao final de junho em reais apresentou aumento de 15%, para R$ 3,011 bilhões, na comparação com o mesmo intervalo de 2015. Em dólares, o dado é de US$ 858 milhões, 1% maior. No período, a companhia informa que a depreciação média do real foi de 14%. A margem Ebitda consolidado cresceu para 25%, de 23% no segundo trimestre de 2015.
A companhia também divulga a margem Ebitda em reais ex-revenda de nafta e condensado, que ficou em 26,1%, 1,8 ponto porcentual maior que no segundo trimestre do ano anterior.
A receita líquida consolidada soma R$ 11,886 bilhões de abril a junho, 3% maior que no mesmo período de 2015.
A companhia explica que com a entrada em operação do complexo petroquímico no México, o resultado financeiro da Braskem Idesa deixou de ser capitalizado e passou a impactar o resultado geral. No demonstrativo consolidado, o resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 1,884 bilhão, 206% acima da cifra de R$ 616 milhões também negativa do segundo trimestre de 2015.
Expectativas
Os analistas já esperavam queda do lucro líquido consolidado da Braskem no segundo trimestre ante igual intervalo de 2015. Porém, o montante registrado, de R$ 281 milhões, foi 53% menor do que a média de R$ 598 milhões nas projeções de quatro casas consultadas (Santander, Itaú BBA, Brasil Plural e Morgan Stanley) pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. A projeção mais pessimista era de R$ 121 milhões e a mais otimista, de R$ 843 milhões.
O Ebitda, de R$ 3,011 bilhões, ficou em linha com o esperado, de R$ 2,961 bilhões, na média das projeções, assim como a receita líquida, de R$ 11,886 bilhões, ante estimativa de R$ 11,985 bilhões.
O Broadcast considera que o resultado está em linha com as projeções quando a variação para cima ou para baixo é de até 5%.
Demanda de resinas
Rompendo a trajetória de queda observada até o primeiro trimestre deste ano, a demanda de resinas no Brasil no período de abril a junho ficou estável na comparação em 12 meses, atingindo 1,2 milhão de toneladas.
Nos primeiros três meses deste ano, a demanda de resinas havia recuado 18%, nessa base comparativa, em razão do efeito de recomposição de estoques na cadeia de transformação. Ante o primeiro trimestre deste ano, houve um aumento de 3%.
A participação de mercado da empresa avançou 3 pontos porcentuais, o que, de acordo com a petroquímica, permitiu que as vendas chegassem a 846 mil toneladas no segundo trimestre, com expansão de 8% em relação ao primeiro trimestre deste ano. Esse avanço foi superior à expansão do mercado, destacou a empresa. Em relação a igual intervalo do ano passado, a alta no volume de vendas foi de 7%.
Com o ambiente econômico doméstico ainda enfraquecido, a companhia segue a estratégia de ampliar o mercado externo. A Braskem exportou 454 mil toneladas de resinas, com um aumento de 21% ante o mesmo período do ano anterior e de 9% quando comparado com o primeiro trimestre deste ano.
Segundo a empresa, a sua presença nos Estados Unidos e na Europa, além dos demais escritórios comerciais no exterior, tem gerado um estreitamento no relacionamento com clientes internacionais, viabilizando um fluxo de exportações mais representativo a partir do Brasil e fazendo com que capture oportunidades no mercado internacional.