Economia

Bolsas da Europa recuam com grau acima na tensão EUA-China, Brexit e Itália

As bolsas da Europa fecharam a sessão desta sexta-feira, 5, em baixa, sob pressão de uma combinação de fatores que compreende os já conhecidos problemas envolvendo o Brexit e o déficit orçamentário da Itália e, também, a mudança de tom da Casa Branca de Donald Trump para um grau de beligerância ainda maior em relação à China. As variações negativas de hoje providenciaram queda semanal a todos os principais índices.

O índice Stoxx-600 apresentou queda de 0,86%, aos 376,41 pontos, e declínio semanal de 1,77%.

Na bolsa de Londres, o FTSE 100 recuou 1,35% nesta sexta-feira, para a mínima de 7.318,54 pontos, perdendo 2,55% na semana. Em Milão, o FTSE MIB caiu 1,30%, aos 20.345,96 pontos, o que lhe impôs baixa semanal de 1,77%. O DAX 30, da bolsa de Frankfurt, cedeu 1,08%, aos 12.111,90 pontos, menos 1,10% desde a sexta-feira passada.

A percepção sobre a nova ofensiva discursiva dos Estados Unidos contra a China, que agora passa a extrapolar as queixas comerciais, foi se construindo ao longo desta semana. Na segunda-feira, ao conceder entrevista coletiva na Casa Branca para anunciar o entendimento com México e Canadá no novo acordo comercial, o USMCA, o presidente Donald Trump comentou, quase de passagem, que Pequim estava se mobilizando para interferir nas eleições ao Congresso americano em novembro.

Em seguida, entraram em campo assessores econômicos de Washington, argumentando que o país asiático passava a sofrer ainda mais pressão após os EUA se entenderem com os vizinhos de continente e a Coreia do Sul em termos de comércio. Na quinta-feira, 4, o vice-presidente Mike Pence não deixou espaço para dúvidas ao afirmar com todas as palavras que a China está promovendo esforços institucionais para influenciar a opinião pública americana e direcionar o sentimento com que a população depositará seus votos nas urnas em 6 de novembro e, também, em 2020, quando Trump pretende se reeleger.

O termômetro da desavença sino-americana aponta uma temperatura cada vez mais alta, agora também na esfera geopolítica, gerando cautela nos mercados com a proporção que as discordâncias podem tomar.

Em Paris, o CAC 40 variou 0,95% para baixo, aos 5.359,36 pontos, caindo 2,44% na semana. Na bolsa de Madri, o Ibex 35 teve recuo de 0,65% hoje e 1,44% na semana, para 9.253,90 pontos. O PSI 20, da bolsa de Lisboa, cedeu 0,96%, aos 5.203,90 pontos, na mínima do dia. O índice desta praça acumulou perda de 2,90% na semana.

No Brexit, investidores observaram ainda relatos de fontes da União Europeia à Bloomberg de que Bruxelas teria pronta uma contraproposta de acordo comercial ao Reino Unido, que representaria um avanço em relação à posição linha-dura adotada até agora, mas não entregaria tudo que a premiê britânica, Theresa May, exige para consolidar um comércio “livre de atritos” com o bloco que começará a deixar em 29 de março de 2019.

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