Os juros futuros fecharam em alta, e com volume robusto de contratos negociados, esta última sessão regular antes do primeiro turno das eleições brasileiras. O mercado experimentou certa volatilidade pela manhã desta sexta-feira, 5, mas à tarde prevaleceu a trajetória de avanço para as taxas, sobretudo nas de médio e longo prazos, refletindo um ajuste dos investidores antes do resultado das urnas no domingo e após quatro sessões seguidas de queda.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou com taxa de 8,24%, de 8,156% na quinta-feira no ajuste, e a do DI para janeiro de 2021 terminou em 9,39%, de 9,315% no ajuste de quinta. A taxa do DI para janeiro de 2023 subiu de 10,654% para 10,73% e a do DI para janeiro de 2025 de 11,243% para 11,35%.
As taxas abriram em baixa, em reação aos dados da pesquisa Datafolha que mostraram Jair Bolsonaro (PSL) com 39% dos votos válidos, bem distante dos 25% de Fernando Haddad (PT), mas com um segundo turno ainda em aberto – Bolsonaro (44%) em empate técnico com Haddad (43%). Após a divulgação do payroll de setembro, as taxas passaram a subir, em linha com a reação dos rendimentos dos Treasuries ao relatório de emprego, mas depois a pressão se dissipou e as taxas passaram a flertar com a estabilidade. No meio da tarde, contudo, a realização de lucros prevaleceu, com os investidores optando por diminuir suas posições ante o risco eleitoral. “O mercado tentou ficar mais leve antes do resultado. Não dá para botar aposta grande de que Bolsonaro vai ganhar no primeiro turno”, disse Luis Felipe Laudisio, operador de renda fixa da Renascença DTVM.
A reta final polarizada e repleta de incertezas das eleições nos mercados gerou um movimento atípico nesta semana. Ao contrário da maioria das eleições dos últimos 20 anos, os ativos apresentaram volatilidade significativa nos cinco dias antes do primeiro turno. Levantamento feito pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, sobre a semana anterior ao primeiro turno das eleições desde o pleito de 1998 mostra que, sobretudo o câmbio, costuma ter pouca variação nesse período. Em grande parte porque, a essa altura, o cenário para a composição do segundo turno já está consolidado e precificado. Com isso, o momento atual aproxima-se do que foi visto em 2002.
Nos demais ativos, às 16h38, o dólar à vista recuava 0,83%, aos R$ 3,8515, e o Ibovespa perdia 0,46%, 82.567,78 pontos.