Os juros futuros de longo prazo fecharam em alta nesta quinta-feira, 11, renovando máximas na última meia hora de negócios, alinhados à piora de humor nos mercados internacionais, que também ampliou as perdas da Bolsa e do real. As taxas de curto e médio prazo desaceleraram o ritmo, mas ainda fecharam em queda. Enquanto isso, no exterior, as Bolsas em Wall Street também bateram mínimas, assim como o rendimento da T-Note de dez anos.
O petróleo fechou com recuo forte, de mais de 3%. Mais perto das 16h30, os ativos arrefeceram a tensão, após a notícia de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, concordaram em se encontrar no próximo mês na cúpula do G-20, em Buenos Aires.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 encerrou a 7,66%, de 7,714% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2021 caiu de 8,764% para 8,73%. O DI para janeiro de 2023 encerrou com taxa de 10,13%, de 10,064% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 10,673% para 10,77%.
Os mercados dão continuidade nesta tarde ao movimento de “sell-off” visto na quarta, com os investidores se desfazendo de ações e migrando para a segurança dos Treasuries. As incertezas em relação ao futuro da política monetária e da economia norte-americana crescem em meio à guerra comercial entre Estados Unidos e China e a insatisfação declarada por Trump em relação à postura do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) que, segundo ele, “está fora de controle”.
Ele afirmou que a correção dos mercados é causada pelo Fed, que tem adotado um ritmo de altas de juros “rígido e rápido demais”, e que está “desapontado”.
Na curva doméstica, esse contexto afetou sobretudo as taxas longas, que se firmaram em alta na reta final dos negócios, enquanto a ponta curta reduziu o ritmo de baixa.
“O foco lá fora está difuso e ninguém consegue precisar muito o que está acontecendo. Mas o fato é que esse movimento se espalhou e afetou aqui, a despeito da pesquisa Datafolha”, disse o economista-chefe da Guide Investimentos, João Mauricio Rosal.
O levantamento mostrou o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), que tem a preferência do investidor, 16 pontos porcentuais à frente de Fernando Haddad (PT). Ambos têm, respectivamente, 58% e 42% das intenções de voto.
Em encontro com parlamentares no Rio, Bolsonaro negou na tarde desta quinta que seja “de extrema-direita” – “sou um admirador do Trump” – e admitiu que existe, “sim”, a possibilidade de não ir a debates por “questões estratégicas”.