O dólar teve nesta terça-feira, 16, novo dia de queda e chegou temporariamente a ser cotado abaixo de R$ 3,70, mas não resistiu a operar abaixo deste patamar e terminou o dia em R$ 3,7223, com baixa de 0,43%. Os investidores mostraram animação com o resultado da pesquisa do Ibope, que mostrou Jair Bolsonaro (PSL) ampliando a distância de Fernando Haddad (PT) e ainda o aumento da rejeição de seu oponente. A queda do dólar ante outras moedas de emergentes também ajudou a retirar pressão no mercado de câmbio brasileiro.
Na mínima do dia, na parte da manhã, o dólar foi a R$ 3,6918, mas a moeda segue encontrando resistência em se manter abaixo do R$ 3,70. A moeda americana não fecha abaixo deste patamar desde 25 de maio.
Para o gerente de mesa de câmbio da Tullett Prebon, Italo Abucater dos Santos, uma das razões é o temor do mercado de que o Banco Central possa tomar alguma medida, como parar a rolagem dos contratos de swap que vem fazendo diariamente. O real vem subindo muito rapidamente ante o dólar na comparação com outras moedas de países emergentes. Este mês, o dólar recua 8,1% aqui, enquanto sobe 0,50% no México e 1% na Índia. A exceção é a Argentina, onde o dólar caiu 13%, mas lá teve eventos domésticos, como a ampliação do pacote de ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI). Nesta terça o BC rolou US$ 385 milhões de papéis que vencem em novembro. Se mantiver as rolagens diárias, as operações devem somar US$ 8,027 bilhões.
Para o analista da Tullett Prebon, o câmbio já precificou uma possível vitória de Bolsonaro no segundo turno e agora o mercado vai querer ver mais detalhes da agenda de reformas, ainda muito difusa. Por isso, a tendência é que o dólar fique na casa dos R$ 3,70 a R$ 3,75 nos próximos dias, caso não apareça nenhuma fato novo. Pesquisa do banco americano Bank of America Merrill Lynch, que entrevistou gestores que administram US$ 113 bilhões, mostra que 50% dos participantes veem o dólar terminando este ano abaixo de R$ 3,80, ante apenas 20% no mês passado. Mas menos de 8% acreditam na moeda inferior a R$ 3,60 em dezembro.
Na parte da tarde, a moeda americana bateu máximas e chegou a R$ 3,7312. Operadores observaram saídas de fluxos pelo canal financeiro, que entraram pela manhã e ajudaram a moeda a atingir mínima.