Em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira, 10/11, o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres confirmou que a suspensão do estudo da Coronavac está suspensa, mesmo após a notícia de que o voluntário morto – motivo para a interrupção – havia se suicidado.
“Informação pra nós não é informação se não vier pelo canal correto. Tudo que está sendo colocado hoje na mídia poderá fazer parte do relatório do Comitê Internacional Independente e se o for, terá o tratamento devido”, informou Torres. Segundo ele, o Instituto Butantan, que produz a Coronavac em parceria com o instituto chinês Sinovac, não enviou à Anvisa informações precisas sobre o óbito e, sequer enviou à entidade algum documento oficial até o momento.
“Nós somos reguladores e cientistas. Somos pautados pelos dados de informações confiáveis e rastreadas. A mídia divulgar uma informação, pra gente, não é suficiente. Só com essas informações e sem um documento do comitê dizendo o que realmente aconteceu, mantemos a decisão até o momento”, completou Gustavo Mendes, gerente da Anvisa.
O presidente também reclamou da postura do Butantan ao receber a notícia com “estranheza”. De acordo com Torres, quando a Universidade de Oxford, uma instituição de 900 anos de idade – conforme enfatizado por ele, recebeu a notícia da interrupção dos testes da sua vacina, não houve por parte da administração retaliações em relação à decisão.
A Anvisa não descarta rever a decisão, desde que receba, por meio do Comitê Internacional Independente, do qual a agência não faz parte, dados “brutos e comprovados” que comprovem que não há relação entre o óbito e o teste da vacina.