Economia

Cautela do ambiente externo estimula correção e juros fecham em alta

Os juros futuros de longo prazo fecharam a sessão regular desta quinta-feira, 18, em alta, num movimento de realização de lucros estimulado pelo exterior, onde predomina a cautela em meio a uma série de fatores, com destaque para as preocupações com as relações entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita, após o desaparecimento do jornalista Jamal Khashoggi, e a questão orçamentária na Itália. Os contratos de curto prazo, mais influenciados pelas perspectivas para a política monetária nos próximos meses, encerraram com taxas de lado.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 encerrou em 7,54%, de 7,524% no ajuste anterior e a do DI para janeiro de 2021, em 8,51%, de 8,414% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2023 subiu de 9,453% para 9,63%. A taxa do DI para janeiro de 2025 terminou em 10,15%, de 9,992% na quarta-feira.

“O mercado externo muito ruim hoje respalda essa correção no juro longo, na Bolsa e no câmbio. Nos últimos dias, com questões internas, os prêmios reduziram muito, então é natural que depois disso haja alguma recomposição”, disse o trader de renda fixa da Quantitas Asset, Matheus Gallina.

Ao efeito da ata mais conservadora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) que ainda reverberava entre os ativos no período da manhã, somou-se no começo da tarde a informação de que o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, não participará mais de uma conferência de investimentos em Riad, capital da Arábia Saudita, após decisão tomada em reunião com o presidente americano, Donald Trump, e o secretário de Estado, Mike Pompeo.

A declaração veio em meio ao cancelamento da viagem ao mesmo evento de outras autoridades, como o ministro de Finanças da França, Bruno Le Maire, e a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, função da polêmica sobre o desaparecimento de Khashoggi, há duas semanas, durante visita ao consulado saudita na cidade turca de Istambul. Há suspeitas de que ele tenha sido assassinado dentro do consulado.

O ambiente internacional é conturbado ainda pelas preocupações com o a situação fiscal da Itália. A Comissão Europeia fez diversas críticas ao plano orçamentário do país para o próximo ano fiscal, que prevê déficit de 2,4% do PIB, o triplo do previamente acordado, e deu o prazo até segunda-feira para que autoridades italianas respondam às questões que estão no radar.

Internamente, o imbróglio envolvendo empresas que supostamente estariam patrocinando envio de mensagens contra o PT pelo Whatsapp e que levará o PDT a pedir o cancelamento ou a nulidade das eleições presidenciais de 2018, não traz impactos na curva de juros até o momento, disseram profissionais ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

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