A retomada sustentável da confiança dos consumidores passa necessariamente pela recuperação do mercado de trabalho no País, segundo Viviane Seda Bittencourt, coordenadora da Sondagem do Consumidor no Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 6,2 pontos em janeiro ante dezembro, para 79,3 pontos. O resultado compensa parte das perdas acumuladas nos dois meses anteriores, de 6,7 pontos, mas permanece em nível ainda muito baixo em níveis históricos. A média histórica do indicador é de 94,2 pontos.
“Há uma melhora da confiança mais baseada pelas expectativas, que vem da redução da inflação e da queda na taxa de juros. Parece que essas duas notícias realmente influenciaram a confiança. Mas ainda é muito cedo para dizer que há tendência de melhora”, disse Viviane.
Segundo ela, a recuperação do indicador só será sustentável quando houve um cenário mais positivo no mercado de trabalho. “O resultado de janeiro recupera parte da perda dos últimos dois meses do ano passado, mas ele já estava em patamares muito baixos antes disso. Então dizemos que ainda é uma redução da desconfiança do consumidor”, explicou a coordenadora da sondagem.
Em janeiro, o Índice da Situação Atual (ISA) avançou 2,9 pontos, para 68,1 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) subiu 8,3 pontos, para 88,1 pontos.
A satisfação do consumidor com relação à situação financeira familiar ficou em 61,6 pontos, uma alta de 4,3 pontos em relação ao mês anterior, quando atingiu o piso histórico de 57,3 pontos. Mas o item que mede o otimismo em relação à situação econômica nos seis meses seguintes foi o que mais contribuiu para a alta do ICC em janeiro, com avanço de 8,4 pontos, após uma perda de 9,6 pontos acumulada nos dois meses anteriores.