A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) atingiu o menor nível da série histórica e registrou, em julho, 76,9% em termos ajustados. Em relação a julho de 2015, o indicador registrou queda de 1,6 ponto porcentual, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O faturamento real da indústria de transformação registrou uma queda considerada “expressiva” pela entidade. O estudo apontou recuo de 4,3% perante junho, quando excluídos os efeitos sazonais. No acumulado do ano até julho, a queda no faturamento já é de 12%.
Na avaliação do gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, as expectativas melhoraram muito nos últimos meses, mas isso ainda não se reflete nos resultados da indústria. “O desemprego continua em alta e a renda das famílias está caindo, o que desestimula o consumo”, avalia o economista.
O emprego industrial manteve a trajetória de queda iniciada em fevereiro de 2015. De acordo com a CNI, em julho, o indicador caiu 0,4% na comparação com o mês anterior, na série dessazonalizada, e 7,7% ante julho de 2015.
Nos primeiros sete meses de 2016, comparados aos de 2015, o indicador registra uma queda de 8,9%. As horas trabalhadas assumiram a mesma trajetória e recuaram 0,2% em comparação a junho, já considerando ajustes. No confronto com julho do ano passado, a queda é de 7,6% e alcança 9,3% nos primeiros sete meses do ano.
A massa salarial também apresentou em julho o terceiro mês consecutivo de queda, segundo a CNI. Na passagem de julho para junho, a queda foi de 0,9%. Na comparação com o ano passado, a queda é de 8,4% em julho e de 9,7% no acumulado do ano.
Apesar dos números, o economista da CNI mostra otimismo e avalia que o cenário deve melhorar nos próximos meses. “O dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra uma pequena alta do investimento. É possível que tenhamos, nos próximos meses, uma reação do investimento, o que deve estimular o crescimento”, afirma.