Economia

Nowotny, do BCE, sugere início da sinalização da redução do QE em meados do ano

O Banco Central Europeu (BCE) pode começar a assinalar o fim gradual do seu programa de compra de títulos (QE, na sigla em inglês) no valor de 2,3 trilhões de euros em meados do ano, uma medida que é antecipada pelos investidores, sugeriu Ewald Nowotny, que participa do Conselho de Diretores do BCE e presidente do Banco Central da Áustria.

“Algum dia antes do final de 2017 estaremos discutindo o que acontecerá no futuro”, disse Ewald Nowotny. “Eu não estou dizendo que nós tomaremos uma decisão no verão, mas nós teremos mais informações para tomar uma decisão no verão”, acrescentou.

Os comentários vieram em meio a uma recuperação da inflação na zona do euro, particularmente na Alemanha, onde políticos e economistas têm se alinhado para exortar o BCE a reverter a data final do programa. A inflação alemã atingiu 1,7% em dezembro, próximo da meta do BCE de pouco menos de 2%, e espera-se que aumente ainda neste mês.

O presidente do BCE, Mario Draghi, reiterou este mês que o BCE continuaria a comprar 60 mil milhões de euros, principalmente de títulos públicos até dezembro. Outros altos funcionários sugeriram que o BCE já definiu sua trajetória de política para o ano em curso.

Mas as autoridades alemãs do BCE estão aumentando a pressão para um debate sobre a redução gradual. Na semana passada, Sabine Lautenschlaeger, membro do Comitê Executivo do BCE, disse que estava “otimista de que possamos logo voltar para a questão de uma saída” das políticas de dinheiro fácil. O BCE “deve se preparar para tempos melhores”.

Nowotny destacou que o BCE “não pode apenas reagir a um país”. Ele disse que as diferenças significativas nas taxas de inflação em todo o bloco monetário refletem os diversos efeitos que a crise econômica teve sobre os países dentro da zona monetária.

Ele disse ainda que os alemães precisavam reconhecer que, embora as baixas taxas de juros possam diminuir os retornos das contas de poupança, elas beneficiam as pessoas que querem emprestar e investir. “As pessoas são poupadoras e mutuárias, portanto, tem que ser visto em cima da economia total”.

Nowotny criticou também o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizendo que sua ênfase “America First” não reconhece a importância de cooperar com o resto do mundo. “Trump não vê que as prioridades econômicas dos EUA exigem cooperação”, disse ele. Fonte: Dow Jones Newswires.

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