O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou nesta quarta-feira, 1º de fevereiro, que não há mais dúvidas, por parte do mercado e da sociedade, em relação à existência de uma política de preços de combustíveis, destacando que, em nenhum momento, a Petrobras terá preços abaixo da paridade internacional. “Essa política determina mudanças mais frequentes nos preços porque trabalhamos num mercado de alta volatilidade. Os preços do petróleo e a taxa de câmbio mudam minuto a minuto”, disse Parente, durante participação no Latin America Investment Conference, promovido pelo Credit Suisse, em São Paulo.
Parente ressaltou que os preços a serem adotados pela empresa têm como base a paridade internacional e que, a partir desses valores, é calculada uma margem que leva em conta fatores como as condições de mercado e o market share. “Com base nisso, fixamos os preços.”
Quanto à periodicidade das mudanças, o executivo afirmou que não há um ritmo definido para alterações, destacando, no entanto, que elas ocorrerão ao menos uma vez por mês, dada a volatilidade dos mercados.
O presidente da Petrobras ainda afirmou que a consolidação de uma política de preços bem definida é importante para que a prática possa ser perpetuada e absorvida na cultura da empresa. “É importante que seja construído um conjunto de regras estabelecidas e seguidas com disciplinas, de tal forma que isso se incorpore na vida das pessoas”, disse. “Nós não fazemos preço, nós reagimos ao que acontece nos mercados internacionais.”
Downstream
Parente destacou que a manutenção de uma política de preços clara é importante para as discussões de parcerias no setor de downstream (refino, transportes e distribuição). “Uma política de preços implantada e praticada por um bom período de tempo, e assimilada pela sociedade, como fato do dia a dia, é extremamente relevante”, disse.
No entanto, o executivo destacou que outros fatores também são necessários para aumentar a atratividade para parcerias e investimentos em downstream. “Depende também do modelo de negócio que viermos a propor. Esperamos que a gente venha, em breve, anunciar qual será esse modelo.”
Segundo Parente, o modelo de negócios deve assegurar e dar aos investidores uma perspectiva clara de que será interessante aportar recursos nessa área. “Um modelo adequado e a política de preço livre vão gerar uma atratividade muito grande para parcerias.”
Parcerias
A respeito das parcerias estratégicas fechadas pela Petrobras nos últimos meses – Statoil, Total e Galp -, Parente destacou que, além de trazerem recursos para a companhia, ainda oferecem outras vantagens competitivas, como a troca de conhecimento.
O executivo ressaltou a experiência da Total na exploração da costa da África, região geologicamente semelhante à costa brasileira. “O conhecimento da Total vai ser útil para reduzir os riscos de exploração na costa do País”, disse.
Reconhecimento do mercado
Parente afirmou que o mercado está reconhecendo o trabalho que vem sendo desenvolvido pela empresa ao longo dos últimos meses, mas ponderou que ainda há muito a ser feito. “Sem dúvida, temos um plano de trabalho bom e sólido, mas sabemos que, numa empresa estatal, complexa como a Petrobras, há desafios para entregar um plano como esse”, disse Parente.
Segundo o executivo, há uma percepção favorável por parte dos investidores em relação à Petrobras. “Mas vamos trabalhar firme para que (esse sentimento) possa continuar”, comentou.
Entre as metas a serem atingidas pela Petrobras, o executivo destaca o objetivo de alcançar níveis de alavancagem em 2,5 vezes até 2018 – no terceiro trimestre de 2016, o indicador estava em 4,1 vezes. “Quando olhamos o que eram em 2015 e o que temos agora, vemos que há uma tendência de redução importante”, afirmou Parente, ressaltando que há uma contribuição parcial da taxa de câmbio nesse efeito. “Sem dúvida, há um trabalho importante da empresa para reduzir a alavancagem.”