Depois de amargar, em 2015, o maior prejuízo desde sua privatização (R$ 44,2 bilhões), a Vale fechou o ano passado no azul e distribuirá a seus acionistas dividendos de pelo menos 25% do resultado líquido ajustado, informou o diretor de relações com investidores da companhia, André Figueiredo.
“Ano passado, a Vale provavelmente teve lucro e a gente é obrigado a distribuir pelo menos 25% de dividendos. Não está decidido exatamente qual o porcentual, mas temos essa obrigação (por lei) e o faremos”, disse Figueiredo, nesta quinta-feira, 2, após uma apresentação a investidores no Rio de Janeiro.
Em dezembro, a Vale pagou cerca de US$ 250 milhões aos acionistas relativos a 2016, com base nos resultados obtidos nos nove primeiros meses do ano e em projeções para o último trimestre. “Teremos de complementar isso porque tivemos lucro”, frisou o diretor. Após a divulgação do balanço do ano passado, marcada para o dia 23, caberá ao conselho de administração definir se a fatia dos acionistas superará os 25%.
A expectativa da companhia é voltar a distribuir uma parcela maior dos lucros apenas em 2018. No auge dos preços do minério, em 2011, a Vale chegou a pagar US$ 9 bilhões aos acionistas. De lá para cá, o volume despencou. A premissa para voltar a remunerar bem é reduzir, neste ano, a dívida para entre US$ 15 bilhões e US$ 17 bilhões.
A Vale aposta no aumento de sua geração de caixa e em desinvestimentos para atingir esse objetivo. A recuperação dos preços do minério de ferro, cotados na quinta-feira, 2, a US$ 82,40 a tonelada, tem ajudado. A empresa também tem garantido um prêmio em relação ao preço de referência por produzir um minério com menos impurezas.
Sem citar valores, Figueiredo disse que a companhia tem projeções mais otimistas que o mercado em relação à commodity por enxerga uma demanda robusta na China. O Itaú BBA, por exemplo, trabalha com preço médio de US$ 55 por tonelada para 2017 e no longo prazo.
Outra forma de levantar recursos é a venda de ativos, que soma cerca de US$ 15 bilhões nos últimos seis anos. Em 2017 a maior aposta é a conclusão da operação de venda de parte do projeto de carvão em Moçambique. O negócio pode injetar US$ 3 bilhões no caixa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.