Economia

Compra da Estácio por Kroton pode afetar preço, diz Superintendência do Cade

A Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) avalia que a compra da Estácio pela Kroton Educacional reduz a competição no mercado de educação superior e pode resultar em monopólio em alguns segmentos. Em parecer com tom negativo à operação, a superintendência do Conselho diz que “a aquisição da Estácio retira do mercado o principal concorrente da Kroton”. A decisão sobre o negócio será tomada pelo Tribunal do Conselho.

O parecer divulgado nesta tarde de sexta-feira, 3, cita que a compra da Estácio pela Kroton “gera sobreposição” em diversos mercados, como cursos presenciais e a distância de graduação, pós-graduação, além de cursos preparatórios para concursos e para a prova da Ordem dos Advogados do Brasil. Para a superintendência, a aquisição do grupo educacional resultará em “elevados market shares e monopólios em diversos mercados locais”.

Além disso, a instrução do Cade cita que a operação não “apresenta eficiências que compensem os problemas concorrenciais encontrados”. “A aquisição da Estácio retira do mercado o principal concorrente da Kroton – que já é o maior grupo de educação superior em número de alunos no País – e aumenta a probabilidade de exercício de poder de mercado por parte da empresa”, diz o parecer.

Diante desse cenário, o parecer do órgão do Cade concluiu que a operação tem “potencial de provocar efeitos anticompetitivos no mercado de educação superior”. “A operação poderá impactar os preços cobrados e reduzir os incentivos à diversificação, melhoria da qualidade e inovação no ensino superior”, explica.

Com esse parecer, a análise da operação passa para o Tribunal do Conselho. No jargão do Conselho, “a operação foi impugnada para análise do Tribunal do Cade”. Isso não quer dizer que o Cade rejeitou a operação, já que não ainda há decisão sobre o caso. A avaliação e decisão sobre o negócio será feita pelo Tribunal da instituição.

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