Muita gente quando ouve falar em marketing multinível (ou de rede) logo pensa em um esquema de pirâmide – em que a “corrente” de pessoas uma hora se quebra, causando prejuízos aos últimos entrantes. Na definição de economistas, um negócio se caracteriza como pirâmide quando sua renda vem mais da captação de revendedores do que da venda de produtos.
No Brasil, há alguns casos de experiências malsucedidas no marketing de rede, incluindo o caso da Amway, nos anos 1990. O consultor Marcelo Pinheiro, da Direct Biz, diz que a americana talvez tenha chegado ao País cedo demais, quando ainda não existia uma cultura empreendedora por aqui. “O negócio ruiu porque todo mundo recrutou gente para trabalhar, mas ninguém vendia nada.”
Segundo Pinheiro, há casos extremos, como a Telexfree e a BBom (de alarmes de carros), que captavam consultores para vender produtos que não existiam em quantidade suficiente para atender à demanda gerada.
Ativismo
Uma empresa com décadas de tradição no marketing multinível teve a reputação colocada em xeque nos EUA. O investidor Bill Ackman apostou US$ 1 bilhão na falência da Herbalife, de suplementos e shakes para emagrecimento, que classificava como uma pirâmide.
A saga é mostrada no documentário Betting on Zero (disponível no Netflix), que mostra a vida nababesca de alguns consultores e também os prejuízos que o negócio deixou, especialmente em comunidades de imigrantes latino-americanos. Apesar do barulho feito por Ackman, a Herbalife segue no mercado – suas ações hoje são negociadas a US$ 68, não muito abaixo da máxima histórica de US$ 81,80.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.